sexta-feira, 30 de julho de 2010

Pétala Indomada ou Petardo de Carinho, por José Pessoa


Pétala Indomada ou Petardo de Carinho


       Indomada!

Palavra que se movimenta em formosas revoluções gestuais

Desnudando entre véus a marca íntima do Desejo

       Crepúsculo e enseada

Que devora cada um de meus olhares

todos repletos dum Verbo Místico que te chama

pra versar sonetos e confesar segredos à beira do rio

       Petardo de Carinho
                   Lançando sobre meu cansaço ingente

              uma gota qualquer dos teus lábios

                  batendo asas multicores, essas Borboletas dos teus risos

              dançando entre escombros, cantantes

       Barricada Latente e Feminina

             Rasgando roupas e dogmas, impondo Cólera

                 na avenida diária do Ser-Mulher-Mãe-Menina

                Caravana de Quereres e Quebrantos

                 semeando cores e palavras

                   Pela Felicidade!

                   Pela Vida!


poema dedicado em 28/07/2010, por José Pessoa

Para os que Embargam a Vida!, por José Pessoa

 (alguidar)

Que me exonerem por sua propria necessidade,

                          os que Embargam a Felicidade
                           e desembargam os Poderosos,
    o latifúndio, os magnatas do ócio e o estuprador democrata Sefer!


 (ilustração com Samaumeira ao fundo)


     Que me demitam por não poderem intimidar ou conter


           Mas jamais por incompetência funcional ou desídia


                Que me persigam, difamem e tentem exterminar

                          Que me apunhalem pelas costas

                               Ou executem encapuzado

       Mas jamais morrerei pela boemia,

                                                   pela aventura voluntarista

                                         Ou pelas drogas


(esquema de um cacurí)

Sou feito de troncos de miritizeiros



                        Ombros densos de sumaumeira


                             Aperto repentino de combóias


                             Ferroes de arraia e asas de bem-te-vi


                                  Mutá, cacuri e alguidar!

 
(raízes)

                        Sou feito de troncos de miritizeiros



                         Ombros densos de sumaumeira


                             Aperto repentino de combóias


                         Ferroes de arraia e asas de bem-te-vi


                                 Mutá, cacuri e alguidar!

escrito na mandrugada de 30/07/2010.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Sangue, Suor e Barricadas, por José Pessoa


Ouço gargalhadas e insultos
Vejo a morte de florestas e gerações
alegria nefasta de patrões
Vomitam e caçam, eis seu culto!


                                     Odor de bancos e tribunais
                             humor antigo sem canções
                               bombardeando Creches e Hospitais




                           Cheiro flores, rios, planos passeatas
                      iluminando a cova funda dos Sentimentos
                  soterrados por tanto sofrimento, fome e chagas




                    É Primavera-multicores sem ressentimentos
                       navegando ao embalo de redes com adagas
                               coméia dileta de Operários
                       vórtice de cantilenas memoriais
                           relembrando guerrilheiros e punhais
                          nas entrelinhas das nuvens e do tempo




                             Corações esparramados
                          sorriem mas não se esquecem
                          cultuam seus mortos que se reguem
                            mesmo jazidos não se rendem
                    São memória e vida de Corações incendiados




                                   São Levantes
                                 Sangue, Suor e Barricadas
                          paladar apurado de sobreviventes
                                pés descalços no chão
                             punhos erguidos pra lida!


                                                                    escrito em 24/08/2009

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Guerra ao terrorismo pariu um monstro dentro do Estado, por www.diarioliberdade.org

                                             (imagem extraída de www.diarioliberdade.org )

Relatório divulgado recentemente pelo congresso dos Estados Unidos revela que a propalada "guerra ao terrorismo", eufemismo ditado pelo governo do país à mídia para referir-se à política de agressão e ocupação militar, criou um monstro no sistema de informações e espionagem do Estado.


Esse "monstro" já sugou mais de US$ 1 trilhão dos cofres americanos.

Cerca de 850 mil pessoas trabalham hoje para um sistema de espionagem e informação que foi ampliado a partir de 2001, em seguida aos ataques que destruiram três das sete torres do World Trade Center, em 11 de setembro daquele ano e parte do edifíco do Pentágono, em Washington.

O relatório "Custo das Principais Guerras dos EUA", feito pelo Serviço de Pesquisas do Congresso, tenta comparar os custos das guerras ao longo de mais de 230 anos, desde a Revolução Americana até a atualidade.




Com valores ajustados pela inflação, os gastos na ocupação do Iraque e do Afeganistão e de outros lugares faz da "guerra ao terrorismo" a mais cara desde a Segunda Guerra Mundial. O relatório ressalta, no entanto, que é problemático comparar as guerras de diferentes períodos.

                                                              (free palestine!)

Mas os custos da "guerra ao terror" podem ser ainda maiores. Uma estimativa do Escritório de Orçamento do Congresso, de 2007, calcula em US$ 2,4 trilhões o custo das guerras de Afeganistão e Iraque até aquela data.

Rede de espionagem

Segundo o jornal americano The Washington Post, as operações de coleta de dados de inteligência nos Estados Unidos aumentaram tanto depois do 11 de Setembro que hoje não é mais possível determinar a eficácia delas para proteger o país.

Segundo o jornal, hoje ninguém tem ao certo a noção do custo ou de quantas pessoas estariam envolvidas na coleta de inteligência, nem quantas agências fazem o mesmo trabalho no país.

O jornal investigou o tema por dois anos e afirma que quase mil empresas privadas e 1.270 agências governamentais estão envolvidas em operações em cerca de 10 mil locais, empregando cerca de 850 mil pessoas.

A publicação diz que esse crescimento da indústria de inteligência, com bilhões de dólares injetados em empresas privadas e agências governamentais, resultou em um sistema que carece de supervisão e tem um alto grau de desperdício.


(a persistência no sonho, entre muros hebraicos e trincheiras islâmicas)

Segundo Patrick C. Doherty, especialista em questões de inteligência da New America Foundation, ouvido pelo jornal, o governo americano está perdendo o controle de uma estrutura de defesa que avalia de forma exagerada os perigos iminentes ao país.

Segundo Doherty, uma grande quantidade de informação pode levar à desinformação e ao desvio de rumos estratégicos.

"Fomos além do limite. Há uma diferença entre a escala dos recursos utilizados e a escala da ameaça. A informação da área de contraterrorismo é desproporcional às demais informações. Quando você constrói um aparelho de inteligência tão vasto, que coleta uma enorme quantidade de dados e relatórios, isso reforça o mundo que gera todo esse material. O real problema, na minha opinião, é esse: há um serviço de inteligência lutando contra um mundo tal qual ele o percebe, e isso tem um efeito de confundir a natureza deste mundo, e nos afasta da estratégia política de fazer os EUA um país mais seguro e próspero a longo prazo", opina.

"O Iraque não estava relacionado à ameaça por parte da al-Qaeda. O Afeganistão já é outro caso. Estamos concentrados na questão talibã e perdendo o contexto político mais amplo. Eu separo a al-Qaeda, mais global, do Talibã, que é um fenômeno local e regional. Mas estamos aplicando basicamente a mesma inteligência para os dois. Isso nos afasta principal questão: da política do Paquistão de se aproximar dos talibãs ao se ver ameaçado pela Índia", destaca Doherty.

Perda de controle

Doherty também alerta sobre o risco de o governo americano já ter perdido o controle sobre a gigantesca estrutura criada em 9 anos.

"Quando você tem um sistema tão grande, é difícil no gabinete presidencial saber quem realmente está fazendo o quê. Não temos hoje uma noção clara sobre a autoridade, e em geral os presidentes perdem controle sobre a estratégia política. Isso nos leva a uma questão mais ampla sobre a natureza do serviço de inteligência, projetado para uma ameaça desmesurada", avalia.

"Não demos condições ao Congresso para ter controle sobre isso. O governo Bush tentava dizer que podia usar a arquitetura de segurança nacional da Guerra Fria para enfrentar os desafios do século 21. Agora estamos perdendo o controle", considera.

Invadir Iraque elevou risco de terrorismo

A invasão do Iraque, em 2003, aumentou "substancialmente" o risco de ataques contra o Reino Unido, disse nesta terça-feira a ex-chefe do serviço secreto doméstico britânico, conhecido como MI5, Eliza Manningham-Buller.


(caharge extraída de rebelion.org)

"Nosso envolvimento no Iraque radicalizou toda uma geração de jovens, alguns deles britânicos, que viram nosso envolvimento no país, assim como no Afeganistão, como um ataque ao Islã", disse ela em depoimento ao inquérito Chilcot, que investiga as decisões tomadas antes e depois do início das operações militares britânicas no Iraque.

Informações não justificavam invasão

Manningham-Buller chefiou o MI5, responsável pela inteligência dentro do Reino Unido, entre 2002 e 2007. Durante o depoimento desta terça-feira, ela disse que as informações coletadas antes do início da invasão ao Iraque não seriam "fortes o suficiente" para justificar a ação militar.

Um ano antes da guerra, ela disse ter alertado membros do governo britânico de que a ameaça representada pelo Iraque seria "muito limitada" e que as informações sobre as armas de destruição em massa que alegadamente estavam em poder dos iraquianos eram "fragmentadas".

quinta-feira, 22 de julho de 2010

El petróleo de BP envenena la cadena alimentaria, por rebelion.org


Los crustáceos del Golfo de México crecen con gotas de crudo en su interior, las aves empetroladas sirven de alimento a los coyotes y los tiburones se asfixian cuando el petróleo que tragan tapona sus branquias.


Dentro de las valvas de diminutos cangrejos azules que apenas están dejando de ser larvas se han hallado gotitas de petróleo, dice a este reportero Harriet Perry, directora del Laboratorio de Investigaciones de la Costa del Golfo en la Universidad de Mississippi del Sur, Estados Unidos.




Esos cangrejos se trasladan de las aguas del Golfo a los pantanos de la costa de Mississippi.

Muchas especies de peces y aves se alimentan de estos jóvenes cangrejos. Y este es apenas uno de muchos ejemplos sobre cómo el petróleo que empezó a derramarse en abril tras al accidente de British Petroleum (BP) ya hace estragos en la cadena alimentaria.

Jonathan Henderson, que organiza campañas de resiliencia costera en la internacional Gulf Restoration Network (red de restauración del Golfo), explica que muchas aves cubiertas de crudo sirven de alimento a los coyotes, que a su vez son ingeridos por los lagartos.

"¿Sabe cómo mata el petróleo a los pelícanos?" pregunta Dean Wilson, director ejecutivo de Atchafalaya Basinkeeper.

"Abren las alas para secarlas al sol, pero en realidad se cocinan al sol. Miles de aves están muriendo así por culpa de la codicia de una empresa extranjera" explica.



La organización que lidera se dedica a preservar los ecosistemas de la cuenca del río Atchafalaya, en la costa del sudoriental estado estadounidense de Louisiana. El petróleo comenzó a diseminarse por el Golfo de México el 20 de abril, cuando la plataforma de exploración Deepwater Horizon, que BP arrendaba a la firma suiza Transocean, sufrió una explosión y, dos días después, se hundió. Al cierre de esta edición, la empresa anunció que había logrado tapar la perforación y frenar el derrame. Wilson señala la falta de voluntad de BP para ejecutar las medidas necesarias para proteger la naturaleza.

Por ejemplo, asegura, BP no rescata a los pollos cuyos padres están cubiertos de petróleo y no permite que ambientalistas como él socorran a los animales.

"Para criar a los pollos se necesita a los dos progenitores. Si uno de queda cubierto de petróleo, el otro solo no puede hacerse cargo a la vez de las crías y la búsqueda de alimentos, y éstas mueren", describe Wilson.

Según él, la cantidad de pollos muertos ya equivale a la de pelícanos rescatados, y estos últimos son "apenas la punta del iceberg".

Según el Servicio Federal de Pesca y Vida Silvestre de Estados Unidos, hasta el 14 de julio unos 890 kilómetros de la costa del Golfo están cubiertos de crudo, se recuperaron 2.930 aves (1.828 muertas y 1.102 cubiertas de combustible), y más de 500 tortugas marinas y mamíferos muertos.

Más de 45.000 trabajadores están desplegados para mitigar el desastre de BP. Pero se estima que hasta el cierre de esta edición de derramaron 8,4 millones de barriles de petróleo en el Golfo y se utilizaron más de 6,8 millones de litros de productos químicos dispersantes Corexit 9500 y Corexit 9527, prohibidos en Gran Bretaña.

Estos agentes son considerados causantes de dolores de cabeza, náuseas, vómitos, diarrea, irritación y daños del aparato respiratorio, depresión del sistema nervioso central, efectos neurotóxicos, mutaciones genéticas, arritmia cardiaca y fallas cardiovasculares.

"Éste es el segundo delta más importante de América y uno de los principales del planeta" dice a este reportero el activista Paul Orr, de la organización ambientalista Lower Mississippi Riverkeeper.

"No tenemos idea de lo que puede ocasionar esta cantidad de petróleo tan cerca del delta. Los dispersantes se usan para hundir el crudo y así minimizar sus impactos costeros" explica.

"Pero ahora parece que el motivo real fue hacerlo desaparecer de la vista, porque si se queda en la superficie al menos se puede recoger aunque afecte la costa en algún grado" plantea.

"En cambio, ahora tenemos varios millones de barriles de petróleo hundiéndose en el agua y adhiriéndose al suelo marino. Es posible que nunca conozcamos algunos de los daños a largo plazo" agrega.

Como otros ambientalistas y científicos, Orr critica que BP no haya realizado los esfuerzos adecuados para rescatar a los animales contaminados. "Tienen que hacer como que están haciendo algo" dice, aludiendo a la escasa cantidad de aves que la firma se encargó de limpiar.

A Orr le preocupan todas las especies del Golfo, pero en particular las que estaban amenazadas antes del derrame. Por ejemplo, las tortugas marinas de Kemp (Lepidochelys kempii) y laúd (Dermochelys coriacea), el cachalote (Physeter macrocephalus), el esturión del Golfo (Acipenser oxyrinchus desotoi) y aves como el frailecillo silbador (Charadrius melodus).

"Hay por lo menos 194. 000 kilómetros cuadrados cubiertos de petróleo" asegura Henderson.

Wilson está preocupado por los microorganismos que se alimentan del petróleo, particularmente en las zonas más profundas del Golfo, donde BP arrojó los dispersantes.

"Hay una gran población de ballenas y tiburones ballena que migran justo al lugar donde está el petróleo. Hemos visto grupos de cientos navegando a través del Golfo. Abren sus bocas para filtrar el plancton y se tragan el crudo envenenando sus branquias, lo que conduce a la asfixia" señala.

No es posible cruzarse de brazos y esperar a ver las consecuencias, opina Henderson.

Además, añade, "siento que ésta no será la última explosión de un pozo petrolero".

Este artículo es parte de una serie de reportajes sobre biodiversidad producida por IPS, CGIAR/Bioversity International, IFEJ y PNUMA/CDB, miembros de la Alianza de Comunicadores para el Desarrollo Sostenible ( http://www.complusalliance.org). Publicado originalmente el 17 de julio por la red latinoamericana de diarios de Tierramérica.

Fuente: http://www.ipsnoticias.net/nota.asp?idnews=95959


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BALANÇO DO MTL PARÁ SOBRE O CONCLAT

                                         (mesa de abertura Foto: Siqueira do MTL-PA)
A conjuntura de guerras neo-coloniais, crise estrutural político-ideoló gica, ético-financeira, sócio-ambiental impostas pelas potencias capitalistas e conglomerados multinacionais aos trabalhadores e trabalhadoras de todo o mundo, exige de nossas organizações e direções uma postura combativa, que construa a mai franca, fraterna, e internacionalista unidade operária-camponesa- popular.


Experimentamos na América Latina na década de 80 um pequeno assenso, na contramão do dissenso europeu, que no Brasil culminou com a fundação da CUT, MST e PT.

(delegação internacional, saldação de Mártáles do SIRIZA grego. Foto: Siqueira do MTL-PA)

Passados quase três décadas desse período, a vitoria da coalizão de classes lideradas pelo PT desde 2002, arrastou para o fosso do fatalismo-conformis ta grande parcela das direções e experiências mais avançadas que construímos até então, a exemplo da CUT.

Essa caracterização nos impele a superação de nossas divergências táticas no sentido da reafirmação de nossa estratégia revolucionaria, a construção da sociedade sem classes, livre de explorações e da opressão do homem pelo homem.

A convocação do Congresso Nacional da Classe Trabalhadora – CONCLAT (5 e 6 de junho, em Santos-SP), pelas organizações Movimento ao Socialismo, Pastoral Operária metropolitana de SP, Movimento Terra Trabalho e Liberdade, Movimento dos Trabalhadores sem Teto, Intersindical e Conlutas, com a participação de quase 3 mil delegados representando uma base social de mais de 3 milhões de trabalhadores e trabalhadoras de todo território nacional, do campo e da cidade, teve a pretensão de unificar as principais experiências de resistência socialista em nosso país.


(grupos de trabalho. Foto: Siqueira do MTL-PA)

Nesse contexto, as divergências apresentadas nas teses quanto à concepção, estrutura de direção, metodologia de deliberação e até mesmo do nome da Central, deixaram explicitas as fragilidades dessa unidade e a necessidade das forças hegemônica do CONCLAT (Conlutas e Intersindical) , terem profunda maturidade, sensibilidade e competência para garantir o respeito às posições\organizações minoritárias e o exercício pleno da democracia operário-camponesa- popular, para construir uma ferramenta política de novo tipo, com capilaridade social e enraizamento de massas, capaz de responder político-programá tico e organizativamente ao momento histórico presente, preparando nossa classe para os enfrentamentos futuros.

Infelizmente, a despeito do gigantesco esforço militante de milhares de delegados e delegadas socialistas (alem da importantíssima participação de mais de dez delegações estrangeiras da Ásia, America do Norte, Central, Latina, Caribe e Europa), presenciamos a mais aguda e frustrante ausência de unidade, sensibilidade e competência das direções da Intersindical (hegemonizada pela APS) e Conlutas (hegemonizada pelo PSTU), que a todo instante se digladiavam com acusações, denuncismos e disputas de posições.


(plenária do MTL. Foto: Siqueira do MTL-PA)

A incapacidade destas organizações em respeitar as minorias no interior da Nova Central, inclusive na direção, através de uma metodologia- concepção transparentes e verdadeiramente democrática, expressou-se desde a primeira mesa até os grupos de trabalhos (dominados por Conlutas e Inter), e, terminando com o abandono de quase a metade da plenária antes da composição da direção da entidade.

Cabe ressaltar, para nós do Movimento Terra Trabalho e Liberdade, que pouco importa quem tem mais culpa pelo desfecho beligenrante do CONCLAT, se Inter ou Conlutas, sabemos que as responsabilidades são proporcionais, também, ao peso político de cada organização, mas principalmente, com o compromisso revolucionário de cada dirigente e organização.

Enquanto força secundária (do ponto de vista numérico), o MTL não pretendeu no CONCLAT demonstrar grandiloqüência quantitativa, o que facilmente faríamos se quiséssemos incluir uns 1000 observadores, como fizeram algumas forças, e também, por nosso tamanho, não poderíamos garantir nossas concepções (diferente de Conlutas e Inter, em menor grau), mas sim, grandiosidade dirigente, o que fizemos com rigor revolucionário, fugindo das estreitas trocas de culpa pelo fracasso da frente de esquerda, pautando a necessidade das candidaturas do PSTU, PSOL e PCB pararem de se debater pela propriedade da “verdade socialista”, e começar a combater frontalmente as candidaturas farsantes de Dilma, Serra e Marina.


(Janira Rocha do MTL e Direção Nacional da Central Sindical e Popular. Foto: Siqueira do MTL-PA)

Quanto a nossa concepção estratégica de juventude, defendemos a realização de um Encontro Nacional de Juventude da Classe Trabalhadora para o 1º semestre de 2011, convocado e financiado pela Nova Central, que represente verdadeiramente a juventude favelada, campesina, afro descendente, ribeirinha, indígena, (ex)presidiária, GLBTTS, empregada, desempregada e estudantil, que dê condições à Nova Central de responder às demandas de toda juventude, mesmo assim, dialogamos com a Conlutas, demonstrando nossa vocação dirigente, mas não é tudo, fomos igualmente tratorados, atropelados pela vaidade hegemonista e aparelhista de Conlutas e Intersindical.

Somos movimentos social e preservamos nossa autonomia político-organizativ a frente aos patrões e aos partidos, inclusive PSOL, PSTU e PCB,vimos cumprindo um destacado papel de construir a unidade das organizações convocantes, de estreitar as convergências e dirimir as divergências, esse foi nosso papel, essa é nossa vocação, e esta diferenciação é fundamental para entender que não nos alinhamos adesistamente a posições “A” ou “B”, como alguns insistem em dizer.


                                          (fotos da plenária. Foto: Siqueira do MTL-PA)

Temos o compromisso com a verdade e não nos cabe aqui apenas criticar os demais e elogiar a nos mesmos, por isso, enquanto entidade convocante, devemos auto-criticarnos quanto aos elevados custos do centro de convenção que sediou o CONCLAT, tendo sido motivo objetivo dos altos custos das inscrições e conseqüente redução de representatividade real, sobretudo para nos movimentos camponeses e populares, mesmo assim, nesses custos, faltou alimentação e todos sabemos que essa experiência não precisa se repetir.

Nossa experiência organiza a luta nos sindicatos urbanos, rurais, colônias de pescadores, mas também associação de moradores, ocupações de sem-teto e sem-terra, não somos um coletivo de intelectuais iluminados, não há espaço em nossas fileiras para burocratas-sindicai s-de-carreira ou tecnocratas- de-gabinete.

Nosso programa é classista e revolucionário, por isso nossa vocação para as massas não é apenas um discurso inflamado, ou manifestos panfletários. Afirmamos isso, para que organizações e dirigentes da “intelectualidade vanguardista” tenham mais respeito pelas milhares de famílias organizados sob a bandeira do MTL.

A Nova Central tem uma direção provisória eleita por unanimidade pela maioria dos delegados legitimamente eleitos para o CONCLAT (que não abandonaram o Congresso antes de seu desfecho),


(eleição da direção nacional provisória da Central Sindical e Popular. Foto: Siqueira do MTL-PA)

Reivindicamos a reconstrução imediata do dialogo de todas as organizações convocantes no sentido da repactuação e consolidação da Nova Central Sindical e Popular, para que esta seja de fato uma ferramenta de novo tipo, com praticas e concepções de novo tipo.

Não há espaço para mais vaidades e arrogâncias. Nossa classe está descalça na chuva, sejamos coerentes camaradas!


Belém, 18 de junho de 2010.


DIREÇÃO ESTADUAL DO MTL-PA


mtlpara@ gamail.com
terratrabalhoeliberdade.blogspot.com

OCUPAÇÃO DO ESCRITÓRIO-SEDE DA CELPA TUCURUÍ IMPOS O DIÁLOGO AOS TECNOCRATAS DA REDE E DO GOVERNO FEDERAL

OCUPAÇÃO DO ESCRITÓRIA SEDE DA CELPA TUCURUÍ IMPOS O DIÁLOGO AOS TECNOCRATAS DA REDE E DO GOVERNO FEDERAL


                                        (esta foto foi extraída de morodrigues.blogspot.com)

Após quase um mês ocupando o escritório da CELPA em Tucuruí, lideranças dos dezoito maiores bairros de Tucuruí, além de lideranças da Tribo dos ASSURINIS, a Associação de Mulheres de Tucuruí, da Associação dos Feirantes e da Associação da Lamparina – AMPARO , com apoio de diversos mandatos municipais e movimentos sociais como MTL e MAB, foi realizada uma AUDIÊNCIA PÚBLICA (20/07/2010), com a presença da direção estadual e nacional da Rede CELPA, do Ministério Público, da Câmara dos Vereadores, PROCON, Eletronorte, sociedade civil organizada e movimentos sociais.




A REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA foi à primeira vitoria sobre a burocracia da CELPA e do Governo Federal. Essa vitória só foi possível pela intransigência da ocupação da CELPA como ultimo recurso para provocar o diálogo com as autoridades responsáveis pelo caos energético em Tucuruí e toda região afetada pela UHE de Tucuruí.



Segundo Edmar, presidente da Associação dos Feirantes de Tucuruí, o “movimento conseguiu impor o diálogo, e cerca de 17 itens da nossa pauta política foram atendidos integralmente ou parcialmente” e, “na próxima segunda-26/07, a Aldeia dos ASSURINIS será visitada por especialistas para resolver o problema do fornecimento de energia em sua reserva”.



Portanto, a avaliação é positiva e o movimento agora tende a se expandir por toda região tocantina, afinal, o problema dos péssimos serviços oferecidos pelas empresas públicas privatizadas como a REDE CELPA, além de impor altíssimas taxas para todos os serviços que compõe o modelo etnocida, depredador e alienante da atual matriz energética governamental.

                                          (esta imagem foi extraída de blogtucurui.blogspot.com)

Nesta manhã (22/07/10) Felipe Puxirum, camarada libertário que se somou no último mês a construção do Movimento Terra Trabalho e Liberdade – MTL embarcou para Tucuruí, para reunir com as principais lideranças da ocupação da CELPA. A dinâmica caminha para construção de uma pauta estadual dos movimentos sociais contra a atual matriz energética que conduza os mais aguerridos entre os empobrecidos exploradas a se movimentarem em toda região tocantina, pela redução imediata das altas taxas da energia elétrica.


Aguardamos notícias.
Avante camaradas! Nenhum passo atrás!

Cametá, margem esquerda do rio Tocantins, 22 de julho de 2010.



José Pessoa
Coordenador Estadual do MTL-PA

quarta-feira, 21 de julho de 2010

TODO APOIO ÀS CANDIDATURAS SOCIALISTAS CONTRA A FARSA DE DILMA, SERRA E MARINA SILVA

TODO APOIO ÀS CANDIDATURAS SOCIALISTAS CONTRA A FARSA DE DILMA, SERRA E MARINA SILVA*




O capitalismo é alienação, fome, estupro e extinção. Não há perspectivas reais de prolongarmos a existência da espécie humana na Terra por outros milhões de anos submetidos à dinâmica do Capitalismo, seja de estado, selvagem, “humanizado”, mercantil ou globalizado.

A destruição dos biomas, extinção de espécies, a expropriação das riquezas minerais, que englobam nesse processo uma rede de relações opressivas e alienantes, via imposição de padrões culturais e a conseqüente perda de territórios e tradições indígenas, ribeirinhas e quilombolas, a inserção nessas comunidades do trafico de drogas e pessoas, da prostituição, etc.

Exemplos não nos faltam. A UHE de Belo Monte será o próximo!

O programa capitalista é amplamente conhecido, sua dinâmica de funcionamento constrói uma gigantesca malha de difusão do senso comum burguês enquanto concepção de mundo, conduzindo o povo para o vazio da alienação, fragmentando o povo impondo um paradigma de divisão internacional do trabalho marcada pela fragmentação da classe operária (do campo e da cidade), a ultra-exploração do trabalho e a máxima alienação dos indivíduos.


As práticas políticas cotidianas dos representantes imediatos dos capitalistas em nosso país podem ser resumidas na palavra CORRUPÇÃO. O uso da maquina pública para fins privados, o suborno, favorecimento pessoais, a compra de voto, o conluio com conglomerados e empresas com Estados e partidos, em detrimento dos reais interesses do povo, etc, estas são a expressão pratica, concreta do funcionamento do programa capitalista.

Na terrível condição histórica em que nos encontramos, cuja correlação de forças ainda é muito desfavorável e, continuará sendo nos cenários de médio e longo prazo, nossas melhores organizações revolucionarias engatinham no quesito “autonomia financeira” e “formação política” e se revelam surpreendentemente incapazes de construir ferramentas unitárias para ação classista, sob a luz de acordos programáticos mínimos, contra inimigos de classe comuns!

Nesse contexto, onde por um lado, a capacidade de auto-reprodução do capitalismo ainda é bastante vigorosa e, de outro nos encontramos em sérios problemas organizativos, mostrando toda fragilidade para consolidarmos relações de confiança política mais solidas, para garantirmos a mais profunda, franca e fraterna unidade de ação, é no mínimo razoável que nossas movimentações táticas se flexibilizem para dialogarmos com setores com nível de consciência mais atrasado.




O dialogo construído pelo PSOL com a candidatura de Marina Silva – PV, no sentido provocar um “giro à esquerda” nos aspectos programáticos e na política de coligação da mesma foi acertada e conseqüente, não por acreditarmos que os interesses que movem o PV sejam diferentes dos interesses que movem o PT, PPS ou mesmo DEM e PMDB. Mas por considerarmos relevante termos demonstrado á sociedade como um todo quais são os reais limites e intenções de Maria, bem como para acenar que o PSOL se propõe a políticas de aliança mais amplas, contanto que o conteúdo programático determine tais relações.

Diferente dessa movimentação é o apoio à Marina Silva dentro de sua plataforma política original, com seu discurso cínico de ambientalista, que por trás implementa a contaminação de nossas terras por transgênicos, que “regulamentou “ a privatização da Amazônia e segue, adestradamente, aos ditames dos Sarney.

Não dá pra confundir essas duas situações, elas são radicalmente diferentes em seu método e conteúdo. O apoio ao dialogo com Marina construído pelo PSOL foi correto, mas acreditar que, em qualquer aspecto, Marina por si só represente um diferencial qualitativo em relação a Dilma ou Serra é uma ingenuidade. Não dá!

Indicar ao povo o voto em Marina, mesmo que numa eventual “segunda opção”, no caso de uma negação aos nomes de Zé Maria, Plínio e Ivan é totalmente irresponsável, confunde o povo e descaracteriza a movimentação construída pelo PSOL no primeiro momento da corrida eleitoral.

A lucidez da resolução política apresentada no CONCLAT pelo MOVIMENTO TERRA TRABALHO E LIBERDADE – MTL, sobre as eleições 2010, propôs que a Nova Central Sindical e Popular fortaleça a as candidaturas da esquerda socialista de Zé Maria/PSTU, Plínio de Arruda Sampaio/PSOL e Ivan Pinheiro/PCB, negritando com isso, que as mesmas busquem cumprir o papel de combater a tríade capitalista: Dilma, Serra e Marina; sem desmoralizações públicas entre si, no afã de se mostrarem “mais combativas”.

Por tudo isso defini construir a candidatura de Zé Maria/PSTU para presidente, assim como muit@s camaradas de nosso movimento.

As disputas por estrutura e por hegemonia no seio do movimento socialista em nosso país é muito forte, é fruto de uma cultura política que mais nos atrasa e divide do que nos fortalece. É simplória expressão de nossos limites, de nosso atraso de consciência coletiva. Lênin chamaria de esquerdismo à nossa incapacidade de construir uma frente de esquerda no Brasil, de sairmos unificados do CONCLAT.

Sei que enquanto militante/dirigente e do MTL e do Poder Popular (corrente interna do PSOL), sofrerei diversos ataques e criticas, sobretudo dos setores que impuseram ao PSOL a candidatura de Plínio (sobretudo APS e CST e ENLACE), mas é a vida!

Esse dialogo precisa ser feito com franqueza, sem “pedras nas mãos” e “ títulos de propriedade da verdade socialista”. TODO APOIO ÀS CANDIDATURAS SOCIALISTAS DE Zé Maria/PSTU, Plínio de Arruda Sampaio/PSOL e Ivan Pinheiro/PCB!


Cametá, margem esquerda do rio Tocantins, 02 de julho de 2010.




*José Pessoa Lobo
Poder Popular – PSOL
MTL – Pará

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Brigada Cabana, por José Pessoa

Somos árvores tombadas no rio
partícula ínfima do todo indivisível
vulcão subterrâneo incorruptível
cujos corações transitam livremente



Nada nos contém melhor brigada viril
separados infinitamente de cada coisa
esperamos outra inda mais indisível

Verbo secreto exilado
num olhar qualquer esquecido, asfixiado
entre albergues selvagens, ladainhas e quebrantos
Verbo caramelado de acalantos
que tando nos redime como parasita

Somos fúria de Paixão erguida em palafitas
dançando madrugada a dentro entre lendas
campanário íngrime de cantilenas
revelando misteriosas lições imprevistas

Mata fechada de miritis
parede flutuante de matapis
alimentando nossas falanges morenas

Torres Verdes - fortaleza viva da Natureza
resistindo ao medonho despertar suicidas
de generais e ministros e leis genocidas
Torres Vermelhas - fortaleza viva da Natureza

Restanos ainda nossa infinitude e nossa miudeza!

escrito em 26/08/2009

segunda-feira, 19 de julho de 2010

poema sem título, escrito em meio aos bombardeios militar-midiático contra o povo Palestino


Muros cruzados como teias de aço

Segregação planificada de condomínios mortuários
Quadras e plantas e vidas eqüiláteras
Paradoxia latente de asilos geriátricos
e além – grilhões nas pupilas!




                              Carteziania nefasta de cânones
                   Letargia pasteurizante de noticiários azuis
               Calcando sua peçonha lentamente
                                      Como quem cava túmulos
                     Gentes densas de fome, cúmulos de vontade
Gritando idéias simples como pão e água
                             No muro fétido das lamentações hebraicas
Paredão genocida de promessas


                                       Molotvs nos dentes
                                     Margaridas no chão
                   Outra criança imolada
Não há mais perdão!


                   ........ não pode rezar antes de morrer incinerada
Velório infindo de resistentes, Intifada!


                Mães mutiladas
Sem pernas nem filhos,
                        Sem armas nem lírios
...
........
..............         
                   ...cadafalso sob Gaza


Miríades de corpos


Que mesmo mortos inda protestam: FORÇA E FÉ À PALESTINA SITIADA!



Janeiro de 2009, por José Pessoa Lobo.

domingo, 18 de julho de 2010

Manifesto Pelo Fim da Guerra Interna na Perifeira, por Quilombo Urbano & MTL

MANIFESTO “PELO FIM DA GUERRA INTERNA NA PERIFERIA”
–  MTL-PA/QUILOMBO URBANO -MA -




 

 
"A gente vive se matando, irmão, por quê?
Não me olhe assim, eu sou igual a você". (Racionais)


 
Você sabe quanto vale a vida de um jovem igual a você ou seu filho neste país? Não? Mas os playboys sabem. Ela não vale nada! Nos últimos anos o capitalismo tem nos mergulhado num mar de sangue como nunca visto antes. Se não bastasse a repressão policial, temos nos envolvido numa “guerra interna” sem fim, de rua contra rua, quebrada contra quebrada, bairro contra bairro e morro contra morro. Mas nada disso tem ocorrido à toa. Arrancaram-nos o direito à educação, saúde, moradia, lazer e trabalho, mas não arrancaram também os olhos e o desejo de viver. Manipularam nossas consciências de tal modo que não conseguimos ver quem nos explora, quem desvia dinheiro público, quem faz as leis que só nos prejudicam, os magnatas de gravatas como nossos inimigos. Ao contrário, vemos o inimigo justamente quando olhamos alguém igual à gente, que sofre dos mesmos problemas que nós, que mora ao lado, que é preto, pobre e favelado. Como então reagir se estamos divididos e com os canhões apontados uns para as cabeças dos outros?

 
Você sabe quantas escolas daria para construir na periferia com os R$ 20 milhões que o deputado Edmar Moreira (DEM-MG) desviou para construir o seu luxuoso castelo medieval em meio a uma comunidade pobre? Você sabe quantas casas daria para construir com os mais de R$ 300 bilhões que o governo Lula tem dado de mãos beijadas para os donos de bancos? Você não sabe? Tá bom então, você não se importa com política, né?

 

Mas, você sabe de onde vêm as drogas e as armas que entopem com ódio o sentimento da periferia? Quando a polícia invade a favela e mata alguém, a mídia logo noticia que era traficante. Mas será que quem embolsa os bilhões de reais gerados pelo tráfico de drogas e armas moraria em becos, vielas, ruas com esgoto a céu aberto e arriscaria a vida trocando tiros com a policia? Lógico que não. Até porque todo esse dinheiro dá muito bem pra comprar mansões e apartamentos em condomínios de luxo cercado de seguranças. Dá pra comprar carros blindados, comprar a polícia, a justiça... Enfim, comprar a impunidade e uma boa reputação. Enquanto isso, as atenções são desviadas para jovens de bairros precarizados, envolvidos ou não com o comércio varejista de drogas.

Você sabia que os bancos dos Estados Unidos lavam por ano mais de US$ 400 bilhões, tudo proveniente do narcotráfico? Ah, agora você sacou, né, sangue bom? É isso mesmo. Quem financia a “guerra interna” em nossas comunidades são os ricos com o consentimento do nosso governo. O país que obriga o nosso governo a ocupar a periferia com força militar é o mesmo que joga as drogas e armas que alimentam o ódio cego de irmão contra irmão.

DIVIDIR PARA DOMINAR E LUCRAR COM A NOSSA TRAJÉDIA


 
A estratégia do nosso inimigo não é nova. A divisão do povo preto, tanto na África como no Brasil colonial, resultou na vitória dos opressores. Na África, as desavenças entre os povos eram incentivadas pelos comerciantes de escravos e escravas, para que os derrotados dessas guerras fossem negociados com eles para serem vendidos, principalmente nas Américas. No Brasil, os senhores de engenho davam preferência à variedade de etnias, pois assim era mais difícil a organização dos africanos escravizados. Se essa situação é antiga então por que ainda caímos nela?

"PERIFERIA, PARE, RESPIRE POR ALGUNS SEGUNDOS" (G.O.G.)

 

Pelo fim da “guerra interna”. Nós do Movimento Hip Hop Militante Quilombo Brasil propomos um pacto de paz entre todas as torcidas, gangues, galeras, e bondes de todas as comunidades pobres deste país. Propomos o fim dos assaltos na periferia. Nossa declaração de guerra é contra os ricos. É por educação, saúde, cultura e emprego. Vamos reduzir a zero à contagem de corpos sem vida no chão da periferia. Vamos multiplicar por mil o sorriso de felicidade da mãe que vê seu filho resgatado do crime. O desafio está lançado pra quem é guerreiro e guerreira de verdade.

 
1- Exigimos a eliminação gradual do sistema prisional que não ressocializa pobre e nem mantém preso o rico. Na verdade só serve para alimentar a indústria do crime aumentando o sofrimento da periferia e o lucro das empresas privadas;

 
2- Para cada cela fechada, uma escola construída. Para cada pavilhão extinto, uma faculdade aberta. Para cada presídio desativado, uma universidade inaugurada;

3- Que a polícia se retire imediatamente das periferias e vá para as fronteiras do país, para os aeroportos, para os portos e para os bairros nobres onde estão os verdadeiros traficantes de armas e drogas;

4- Pela formação de conselhos populares de segurança pública que possibilitem à própria comunidade resolver democraticamente os conflitos de seus moradores;

5- Por um plano emergencial de obras públicas em todos os bairros de periferia para gerar emprego e renda e combater o crime em suas raízes sociais;

6- Pelo fim do pagamento da dívida interna e da externa, para que esse dinheiro, que é nosso dinheiro, seja investido em políticas sociais na periferia.

7 - Pela prisão imediata de todos os corruptos e corruptores!


8 - Expropriação das riquezas acumuladas pela corrupção e exploração do povo!

9 - Por uma Amazônia com terra, trabalho e liberdade. 

               NEM GUERRA ENTRE OS POBRES, NEM PAZ ENTRE AS CLASSES


 


visite também: quilombourbano.blogspot.com

sábado, 17 de julho de 2010

Ode ao Hamaz, por José Pessoa

Ode ao Hamaz



(+ uma criança palestina chacinada)

 
Rebanho de olhares mudos
Vaga memória de tantos rostos comuns
Registro de coisas sem nomes...



Então novamente um verbo gritando
Sobe as escadarias da intenção
É um lento dedilhar
Batizado silencioso de quimeras
Rastejando cinicamente entre desertores
Multidão de perguntas em procissão
Arrastam-me para vários lados



Gaveteiros falantes, criados mudos, crianças cegas
Revelando a Dor que sacia os grandes lagos
Poço sem fundo da Vontade
Tanto de Amor, quanto de Vaidade



Inverno frio da meia-idade
¿Quantas portas mais dentro de ti?
Percorro toda geografia mental da insanidade
Labirinto de certezas
Exílio torturante de claustrofóbicos
Luneta cética, caleidoscópio quebrado
Refratando demais o que não se separa
Murmúrios medonhos do outro lado da Faixa


Manada de luzeiros inflamados
De fuzileiros entrincheirados
Rasga a mortalha, rasga o morteiro
Na carne a navalha - - - → )))))) corpo mensageiro
Na reportagem do ocidente: contos de fada
No meio de tudo o oriente médio



Viva a intifada!
Viva a intifada!
Viva a intifada!


08/01/09

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Toada mulher, por Felipe Puxirum



"vem mulher
desnudar tua existência
contra a barbárie, que é classista e milenar
protagoniza numa luta mais completa
pela liberdade de não ser mais homem, em teu lugar

rompendo amarras da dependência psicológica
radicaliza teu mundo, num ritual sem cor
para além mulher, da cama e da cozinha
renascendo pro novo, destruindo a causa da dor

hoje, capitalismo e suas fontes de violências
valores invertidos, esmagadores de consciências
religiões, culturas, ciências, mídias, alienantes
mentes e corações, reféns da ideologia dominante"

CORRUPÇÃO + IMPUNIDADE = FOME, PROSTITUIÇÃO E DESEMPREGO. ISSO TEM QUE ACABAR!

Este panfleto foi divulgado em Cametá,
agora a idéia é contextualizar o debate
para reeditá-lo para realidade amazônica.
Aguardamos contribuições!




Quem não conhece as condições em que vive a maioria da população cametaense? A falta de empregos públicos ou privados, as dificuldades no transporte de pessoas e mercadorias, sobretudo nessa época do ano, os postos fechados, a falta de médicos, equipamentos e remédios, a falta de merenda escolar há meses, e muitas vezes a fome e o desespero.


Por outro lado a super-concentração de poder, terras, rádios, renda e dinheiro nas mãos de menos de uma dezena de famílias. O nepotismo-fisiologismo, a promiscuidade política, ética e moral. Em resumo a corrupção como pratica de Estado, deixando o mesmo rastro de dor e sofrimento por onde passa.

Enquanto isso as novelas, propagandas, filmes e revistas inundam o imaginário popular, sobretudo das mulheres, impondo por repetição padrões de beleza, consumo e comportamento, onde tudo e todos tem um preço!

Neste cenário onde a pobreza da maioria se confronta com a histórica pratica nojenta das elites locais habituadas a se manter no poder a custa de compra de votos com terçados, panelas e promessas de emprego e seduções.

Essa matriz: pobreza, sonhos de consumo, péssimas condições de ensino e concentração de muito dinheiro e poder nas mãos de meia dúzia de políticos velhacos, são a formula da vertiginosa onda de violência, trafico/consumo de drogas e prostituição infanto-juvenil em Cametá, mas também, em cada canto do mundo onde a peste do capitalismo impere.

Apesar disso, de forma lamentavelmente esperada, o que vimos na 1ª audiência pública realizada no dia 08 de junho pela Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Câmara dos Deputados do Pará, a chamada “CPI da Pedofilia”, foi um verdadeiro palco midiático, cuja única finalidade alcançada foi desviar o foco das atenções do prefeito-nepótico DEMOCRATA e sua cambada de testas de ferro, que estão respondendo por vários processos de improbidade administrativa (CORRUPÇÃO), compra de votos, abuso de poder, além de criminais e tributários!

Lamentável que a realidade das meninas e meninos que (se)prostituem para satisfazer as necessidades básicas de suas famílias ou para ostentar um padrão de consumo – inclusive de drogas – que assistem nas novelas globais e filmes norte-americanos tenha permanecido absolutamente inalterada.

Basta de impunidade para corruptos e corruptores e criminalização da pobreza, dos protestos e movimentos sociais!

• Abertura imediata da “CPI do CAIS”: auditoria de todos os investimentos de reformas do cais e responsabilização pelos sucessivos desmoronamentos das obras;
• “CPI da MERENDA”. Para apurar as irregularidades na execução de convênios governamentais. Por uma merenda regionalizada de qualidade para todas as crianças!
• “CPI da SAÚDE”. Basta de impunidade pra quem desvia recursos da saúde do povo!
• Pela chamada imediata de todos os aprovados! Basta de nepotismo! Mais concursos já!
• Pela construção de creches nos bairros e vilas mais populosos já!