Ela é!
É negação de
todos os meus argumentos
É naufrágio
de minha racionalidade, peregrinando nessa Paixão
É motivo de
minha morte, quando distante
É alimento
d´minh´alma, que fortalece e acalanta, quando não esquece
É fogo, me incendeia
Embarga minha
voz
Em meus sonhos
me ladeia
É menina,
mulher, mãe
É sereia
Ruboriza meus
semblante
Bagunça meus
batimentos cardíacos
É corte
lento e fino em minhas veias
É remédio
único pra minha loucura, se me falta deixa-me hipocondríaco
É passado e
futuro, mesmo que ora ausente
É navalha em
minha carne e condutora dos meus genes
É persona,
me abandona
É floresta,
esmeralda e jade sedutora
Se atreve-se
me arrepia
É inspiração
desse poema
Quando noite
é chama que arde, invade e guia
Pros meus
olhos encanta e inebria
É solar,
aquecendo minhas fantasias
É lunar, em
suas fases, me repele ou me convida
É perigo,
com dentes e facas e gritos de enlouquecer
É feitiço
tocantino que amiúde me arrasta e faz lhe querer
É desejo que
se abriga na tara desde o amanhecer
É fetiche
com lábio de fada-ferina a me morder
É fogueira
junina, ilumina o anoitecer
É enchente e
lançante, desabriga, inunda e paralisa
É festa de
risos ao entardecer
Um doce
delírio fazendo-me refém sem conceder
É céu ou martírio
se perto ou longe do meu ser
É não sei
quê que quanto mais me esforço menos posso esquecer!
Belém,
cidade e coração insurgente, 12 de Junho de 2014.
@pessoarsivo