quarta-feira, 11 de junho de 2014

Ela é!

É negação de todos os meus argumentos

É naufrágio de minha racionalidade, peregrinando nessa Paixão

É motivo de minha morte, quando distante

É alimento d´minh´alma, que fortalece e acalanta, quando não esquece

É fogo, me incendeia

Embarga minha voz

Em meus sonhos me ladeia

É menina, mulher, mãe

É sereia

Ruboriza meus semblante

Bagunça meus batimentos cardíacos

É corte lento e fino em minhas veias

É remédio único pra minha loucura, se me falta deixa-me hipocondríaco

É passado e futuro, mesmo que ora ausente

É navalha em minha carne e condutora dos meus genes

É persona, me abandona

É floresta, esmeralda e jade sedutora

Se atreve-se me arrepia

É inspiração desse poema

Quando noite é chama que arde, invade e guia

Pros meus olhos encanta e inebria

É solar, aquecendo minhas fantasias

É lunar, em suas fases, me repele ou me convida

É perigo, com dentes e facas e gritos de enlouquecer

É feitiço tocantino que amiúde me arrasta e faz lhe querer

É desejo que se abriga na tara desde o amanhecer

É fetiche com lábio de fada-ferina a me morder

É fogueira junina, ilumina o anoitecer

É enchente e lançante, desabriga, inunda e paralisa

É festa de risos ao entardecer

Um doce delírio fazendo-me refém sem conceder

É céu ou martírio se perto ou longe do meu ser

É não sei quê que quanto mais me esforço menos posso esquecer!


Belém, cidade e coração insurgente, 12 de Junho de 2014.


@pessoarsivo

segunda-feira, 9 de junho de 2014


Dos três Mal-Amados, do Cordel do Fogo Encantado






O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato

O amor comeu minha certidão de idade, minha genealogia, meu endereço


O amor comeu meus cartões de visita, o amor veio e comeu todos os papéis onde eu escrevera meu nome


O amor comeu minhas roupas, meus lenços e minhas camisas, 


O amor comeu metros e metros de gravatas


O amor comeu a medida de meus ternos, o número de meus sapatos, o tamanho de meus chapéus


O amor comeu minha altura, meu peso, a cor de meus olhos e de meus cabelos


O amor comeu minha paz e minha guerra, meu dia e minha noite, meu inverno e meu verão


Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte 


para ouvir, por sugesta: http://www.kboing.com.br/cordel-do-fogo-encantado/

O Sangue Pulsa, klicia_haick@hotmail.com




O ventre meu e o ventre seu rasgasse de cima abaixo, alterações freudianas, oxalá! Estado 

cinérgico do ser, do ter, laços de dois, frenesi, instantes um só.


Ósculo obscuro da Nirvana Sagrada que sangra a saga dos Deuses...pulsante o puro sangue dos 

gênesis, Afrodite e Afro-Romeu. O verbo se fez carne, o sangue que pulsa e escorre a vida, o 

mantra do templo, o membro baal adorado, érido, vibrante.

Pele, pêlos, pernas, membros na coordenação do cio a gerir, o germinar subliminar subversivo.

Ostentação da linguagem sub humana, prazer canibal, carnival, cardial, cadeias desencadeadas 

estão, são lações umbilicais em questão.

A fotografia mudou-se de quadro, cada segundo, milésimos, milênios em ti, a matemática 

somática somática e divisória dos esquadros. 

Ligações congruentes do telepático, esquadrinho os pesares do cognitivo. Não há 

discernimento das vozes, os cataclismas, e os primas das alterações arteriais, abdução 

completa de renascimento retumbante, o tempo expulsa a vértebra das vestes e nudez da 

aura que ilumina o que outrora era escuridão mortal. Venha o teu Reino, este não é meu!

Eia! Avante, mistura miscigenada desse sangue ancestral.




Obrigado por tua amizade e por ceder seu poema à publicação, espero que hajam outros.
J. Pessoa