sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Expropriação de um supermercado na GRECIA + 52.000 estudantes enchem ruas na INGLATERRA + ENEMganados pelo MEC em luta no BRASIL

[Grécia] Expropriação de um supermercado: "Tudo é roubado – tudo nos pertence"

Em 3 de novembro, quarta-feira, dezenas de companheiros expropriaram produtos do supermercado AB Vassilopoulos na zona de Labrini. Alguns dos companheiros bloquearam a rua exterior ao supermercado segurando uma faixa, distribuindo panfletos e gritando palavras de ordem, enquanto que o resto do grupo expropriava produtos lá dentro. Os produtos foram posteriormente distribuídos no mercado público local que tem lugar todas as semanas perto do supermercado. A polícia chegou alguns minutos depois, mas não conseguiu localizar nenhum dos envolvidos na ação.

A notícia da expropriação não foi mencionada em nenhum dos meios de comunicação sob controle. A doutrina do "silêncio" que tentam cumprir de maneira a esconder qualquer notícia revolucionária é óbvia.

Excertos de um texto que os companheiros distribuíram:

"Há sempre espaço para a paciência, tolerância e submissão. Há sempre a hipótese de cada um de nós olhar para o seu umbigo, de procurar sobreviver, de tentar prosseguir dentro da realidade chocante do nosso dia a dia e de acabar no seu pequeno nicho com a droga que prefira consumir.

Mas há também outra via, em que as pessoas ficam lado a lado, contra este sistema monstruoso que controla a nossa vida, lutando para o derrubar e não apenas reclamando melhores condições de escravidão. Foi esse o caminho que percorremos na quarta-feira, dia 3 de novembro, expropriando produtos do supermercado AB e distribuindo-os no mercado público ali perto."

Organização de base de expropriadores de Perissos

Tradução > P.

agência de notícias anarquistas-ana

o sapo, num salto,
cresce ao lume do crepúsculo
buscando a manhã
Zemaria Pinto

Discussão Libertária!! forumlibertario@grupos.com.br
 
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52.000 estudantes enchem ruas de Londres

Cerca de 52.000 estudantes manifestaram-se esta quarta-feira em Londres contra o aumento das propinas máximas de 3 850€ para 10 531€ e os cortes nos orçamentos das universidades, que chegam a atingir os 40%.

10 Novembro, 2010 - 19:16

extraída de: http://www.esquerda.net/opiniao/estudar-greve


Estudantes protestam contra aumento das propinas máximas de 3 850€ para 10 531€ e cortes nos orçamentos das universidades, que chega a atingir os 40%. Foto de Plaid, Flickr. A adesão à manifestação estudantil em Londres superou todas as expectativas. O representante da National Union of Students (NUS), Aaron Porter, afirmou que esta marcha foi a maior demonstração estudantil das últimas décadas.



Os estudantes protestaram desta forma contra as propostas do governo britânico, entre as quais o aumento das propinas máximas de 3 850€ para 10 531€ e os cortes nos orçamentos das universidades, que chegam a atingir os 40%. Estudantes, professores e os vice-reitores de algumas universidades consideram que estas propostas traduzem-se numa transferência manifestamente injusta do custo do ensino superior da sociedade para o indivíduo.



Ao dirigir-se aos manifestantes, o presidente do NUS afirmou que "Esta era a luta das suas vidas” e que “enfrentam um ataque sem precedentes contra um futuro que ainda nem começou”. Aaron Porter relembrou aos estudantes que “estão a ser propostos cortes bárbaros que irão brutalizar os seus colégios e universidades” e deixa um alerta: “ este é apenas o começo… a resistência começa aqui”.


Em entrevista à BBC News, Aaron Porter condenou veementemente as acções da “pequena minoria de estudantes” que ocuparam a sede dos conservadores em Millbank, causando alguns danos materiais e alguns feridos ligeiros.

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informe socialista



Juventude do PSOL-MES dá largada em atos dos ENEMganados em Niterói  

ENEMganados tomam centro de Niterói



Cerca de 500 estudantes de várias escolas de Niterói promoveram um grande ato nesta quinta, 11 de novembro. 
Cartazes pintados, indignação e irreverência, narizes de palhaço e muita energia. Tudo isso caracterizou o movimento conhecido como "Grito dos ENEMganados". Participaram alunos e professores de escolas privadas e públicas de toda cidade. 
A passeata que partiu do Colégio  Salesianos em Santa Rosa, encontrou-se com mais estudantes de diversos bairros em frente ao tradicional Liceu, contando com adesão de inúmeros colegas. 
A manifestação percorreu as principais ruas do centro, tendo seu ápice em frente ao Terminal de Barcas, onde foram queimadas, em protesto, provas do ENEM. As principais palavras de ordem foram contra o descaso em relação à educação, contra o governo federal e o ministério da educação. Escutava-se: Sou estudante,  eu sou sinistro, se não resolve, derrubamos o ministro" e "Uh! Ahad! Fora o Haddad!".
As lideranças se pronunciaram no microfone, conformando um comando unificado de lutas, com dois representantes de cada escola. 
Os próximos passos consistem em fazer contato com alunos do Rio de Janeiro e outras cidades, para encaminhar novos protestos. 
O que chamou a atenção foi o apoio da população. Todos aplaudiam quando a pauta era explicada, e quando oradores denunciavam que o mesmo governo que prontamente socorreu o Banco de Sílvio Santos até agora não deu respostas concretas em relação ao desastre do ENEM. 
A marcha terminou dentro da Universidade Federal Fluminense. 
Os próximos passos passam por organizar um amplo movimento nacional, já que infelizmente a UNE e a UBES (entidades chapas-brancas do governo) se recusam a encaminhar esta luta. Amanhã estão previstos atos em Porto Alegre, São Paulo, e outras capitais. Teremos atos no Rio de Janeiro, sendo que semana que vem devemos organizar um ato ainda maior.  
Nossa manifestação foi muito mais organizada do que o ENEM. Nota 10 para os estudantes. Nota ZERO para o governo e Ministro da Educação!


Professor Bruno Menezes
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O protesto, batizado de "Marcha dos ENEMganados", alerta para descasos e falhas do Ministério da Educação. Muitos alunos se reuniram na Avenida Amaral Peixoto, no Centro

 * fotos da manifestação dos estudantes de Niterói contra os erros do Enem http://ow.ly/38pvk


Estudantes que participaram do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no último fim de semana realizaram um protesto pelas ruas de Niterói, na tarde desta quinta-feira. A manifestação, que ganhou o nome de ‘Marcha dos Enemganados’, reuniu cerca de 200 alunos de escolas particulares e públicas da cidade. Os manifestantes afirmam que o exame foi “uma demonstração de incompetência e descaso com a educação” e responsabilizam o Ministério da Educação e o Governo Federal pelos erros.

Os manifestantes se reuniram, por volta das 13h30, em frente ao colégio Liceu Nilo Peçanha, na Avenida Amaral Peixoto, no Centro. Com cartazes, apitos e narizes de palhaço, eles seguiram até a estação das barcas, onde queimaram exemplares do exame. Eles exigiam a mudança de modelo para uma gestão que funcione ou o retorno para a fórmula antiga, onde cada universidade fazia um vestibular.


foto: http://g1.globo.com/vestibular-e-educacao/noticia/2010/11/estudantes-protestam-contra-falhas-no-enem-em-niteroi.html
Aluna do 3º ano, Pérola Martins Lannes, de 16 anos, disse que a realização de provas diferentes neste exame e de uma segunda chamada para os testes com erros vai contra o princípio de igualdade entre todos os candidatos. Para ela, o tempo de prova e a quantidade de questões e a redação são exagerados.

“Ninguém que eu conheço conseguiu terminar a prova. Estamos fazendo esta manifestação não somente por nós, mas pelos próximos estudantes que farão a prova. O governo não está ligando para nós, os erros ocorridos representam um total descaso com a educação”, protestou.

Laura Nora, de 17 anos, concorda com a amiga sobre o extenso período da prova.

“Durante o exame não conseguimos mostrar nosso conhecimento, pois aquilo é um teste de resistência. Tudo o que aconteceu foi uma falta de consideração conosco”, completou.


O professor de Física Bruno Ferreira de Menezes, de 29 anos, ajudou os alunos a organizarem a manifestação. Segundo ele, os candidatos o procuraram no curso preparatório onde trabalha pedindo auxílio.


“Eles estão revoltados com toda essa situação e querem que o Ministério da Educação dê alguma satisfação. Por isso, resolvi ajudá-los”, conta.


Para um dos organizadores da passeata, o estudante Matheus Ruas, de 17 anos, a ideia de unificar os vestibulares não deu certo.


“Foram mais de R$ 160 milhões gastos nestas provas, para acontecer todos esses erros. E ano passado também houve problemas. Queremos, através dos nossos atos, conscientizar a população de que a educação é muito importante e que não podemos ficar de braços cruzados diante de tudo isso”, assinalou.


O fim da caminhada foi na Reitoria da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Icaraí, onde uma comissão formada por alunos de várias instituições foi recebida pela chefe de gabinete do reitor, Martha de Luca, e pelo assessor do pró-reitor de Assuntos Acadêmicos, Renato Crespo. No encontro, os representantes da instituição assumiram o compromisso de fazer chegar ao MEC as reivindicações feitas pelos candidatos. Neste domingo, a universidade realiza o vestibular para ocupar 80% das vagas. Os outros 20% ficarão reservados para os candidatos do Enem, até que seja resolvido o problema.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informou, através de sua assessoria, que ainda não tem informações sobre o que irá acontecer com as provas erradas e com os candidatos.

Hoje, às 13 horas, alguns membros da manifestação desta quinta-feira se reúnem na estação das barcas e seguem para o Rio de Janeiro, onde participam de um ato na Cinelândia.

Até o momento, o Ministério da Educação (MEC) calcula que cerca de 200 estudantes deverão refazer as provas. Os dados foram apresentados pelo ministro da Educação Fernando Haddad ao presidente da União dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, em audiência na tarde desta quinta-feira.


mais fotos da página do Jornal O Fluminense no Facebook - http://ow.ly/38pvk

terça-feira, 9 de novembro de 2010

MEMÓRIA DE ESCRIVÃO (PARTE I)





 MEMÓRIAS & OUTRAS PALAVRAS DE UM ESCRIVÃO
visão noturna, beira rio


Estou na Secretaria Judicial da 1ª Vara Cível e Criminal de Cametá, são 00:20 horas, apenas hoje já são 14horas, as 08h às 14h, com retorno vespertino às 16:30h....


São quase seis anos deste Cartório, e do Tribunal de Justiça do Pará, quando cheguei  em Cametá em Junho de 2005, estava ainda com a cabeça no CONUNE, lembro do impasse sobre as chapas e a gigantesca espectativa de entrar na luta sindical, de morar no inteior do Pará.

  
praia da Aldeia

Naquela época ainda tinhamos tempo para viver a cidade, pra tomar banho na beira do rio Tocantins, pra vivencia os blocos de sujo, toda riqueza cultural de uma das cidades mais expressivas na cultura popular negra e indígena (...), tinha menos trabalho, cerca de 30 presos, crimes de menor potencial ofensivo, acho até que a vida andava mais interiorana naqueles anos.

Hoje a criminalidade assola tanto a sede o município quanto às vilas do interior (são quase 120 mil habitantes em Cametá, e pouco mais da metade na zona rural), o tráfico de derivados de cocaína, a prostituição infanto-juvenil e a onda de assaltos ligada intimamente à questão do aumento vertiginoso, endemico de pasta base de cocaína na cidade (...), hoje são mais de 180 presos e uma média de uma rebelião a cada semestre.


As horas passam voando no Cartório, os meses e o ano também.

Estou a passos de viabilizar um estudo do aumento da criminalidade na Cidade, com índeces com tipo de crime, sobretudo os crimes contra a Mulher.


O incremento de mais e mais processos, rotinas e procedimentos impostos verticalmente pelo Conselho Nacional de Justiça e a forma violenta, muitas vezes ininteligível como a maioria dos servidores são tratados revela um lado perveso do Judiciário.

O assédio moral é contumaz.

Acima digitalizei uma certidão que fala por sí mesma. Faz parte da odisséia do "abismo entre o dever e o fazer do Escrivão", um livro extenso que no meu caso já produziu diversos capítulos, no caso, cinco sindicâncias e um processo administrativo, além de outros processos cíveis e criminais decorrentes da minha militância.

Mas essa parte, já descamba na criminalização dos protestos e movimentos sociais combativos.

A certidão acima motivou a 5ª sindicância em 5 anos de TJEPA!
 


quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SAUDADE & OUTRAS PALAVRAS, por José Pessoa


outros versos, sempre tão submersos
e meninos
como aquele que me torno diante de ti!

                   Versos íntimos,

Alarde, inflamando cada artéria
                       desritmia e bilirrubina,
florescendo em meus olhos, em minha lingua





           um dialeto imprevisto e ágrafo
pantomimas e muitos Querer.

Querer insensato como fome e sede de desterrados
e também medo e curiosidade...
          ...quando me enveredo por teus cabelos, no dileto paladar,
 em mim saliva uma vontade louca.

outras Palavras que se cruzam estremecidas, ávidas,

Saudade também me chama,
         pensamento mergulhado em chamas,
     verbo vermelhento e apimentado
que simplesmente acalanta,
                 entorpece e cura




  Tempo é distância,                                             , cortezia de Horus
                 licor delicioso de tua presença suave e Ferina!

escrito em 28/Out/2010, às 15h23min






MARINOR FAZ PRESSÃO POR APLICAÇÃO IMEDIATA DA LEI DE FICHA LIMPA

STJ NÃO DECIDIU, MAS A CONTRASENSO DE DETERMINADOS "PRINCÍPIOS JURÍDICOS", "CLÁUSULAS PÉTREAS" COMO A PROIBIÇÃO DE RETROATIVIDADE DE LEIS GRAVOSAS, OQUE VALEU MESMO FOI O BOM SENSO E MUITA PRESSÃO NAS RUAS, BLOGS E PARLAMENTOS!



Eleger Marinor Senadora do Povo paraense não foi só uma demonstração da elevação do senso crítico na Amazônia paraense, não foi só um grito de socorro, um berro de ousadia, um testemunho de abnegação e fé!

O mandato da Marinor representa a resistência negra, indígena e popular
na Amazônia, é mais respresentativo doque os
1milhão e 800 mil votos do Jarder Barbalho, porque é expressão Cabana do Sonho,
não é fruto de um longo processo corolenista, patrimonialista,
autoritário-fisiológico. Não é fruto de compra de votos e uso de aparatos
públicos materiais e/ou imateriais.

VIVA A LUTA DO POVO PARAENSE, VIVA OS MAIS DE 726.000 VOTOS POR UM MANDATO SOCIALISTA NO SENADO FEDERAL! PARABÉNS CAMARADA MARINOR!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Marinor faz pressão pela aplicação imediata da Lei da Ficha Limpa

por BRASÍLIA Da Sucursal

A Senadora eleita Marinor Brito (PSOL) vai se reunir na tarde de hoje, em Brasília, com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowisk, para mostrar a legitimidade dos 727 mil votos que lhe garantiram a segunda vaga ao Senado pelo Pará. 'Será uma visita para mostrar a vontade do povo do Pará, para declarar aos ministros que a nossa eleição vale sim, e que ela se soma a movimentação política a favor da Ficha

Limpa que vem sendo feita em Brasília', disse. Segundo Marinor, está sendo orquestrada uma pressão política favorável ao adiamento do julgamento, pelo pleno do STF, do recurso apresentado pelo candidato ao Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), contra a Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar 135/10), no intuito de favorecer o candidato impugnado. 'Existe uma pressão muito grande em cima do Supremo por parte dos interessados em adiar a votação, sobretudo, vinculado ao grupo do Jader Barbalho. A gente está querendo saber por onde essa discussão está se deslocando', afirmou.


Assassinos sociais! Genocidas!
Ficha suja é eufemisnmo.

Durante todo o dia de ontem, a senadora participou de encontros com a equipe jurídica e parlamentares da bancada do PSOL, com senadores defensores da Lei da Ficha Limpa, entre eles o senador Cristovam Buarque (PDT-DF). De noite, ela se encontrou com o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, que reiterou a defesa da Ordem pela validade da nova lei para essas eleições. 'É através desse grupo de pessoas, dessa mobilização, que podemos sentir a temperatura desse debate, como estão se movimentando os responsáveis por essa decisão', explicou Marinor.'O Jader Barbalho está querendo protelar para ganhar tempo, para obviamente reverter a decisão, que, na minha opinião, está se
consolidando entre os ministros do Supremo', afirmou Marinor.


Os programas assistenciais de Dilma
não falam em distribuição da renda já
expropriada do povo pelas elites, justamente
porque são estas elites suas
parceiras preferenciais.

A expectativa de Marinor Brito se baseia também pelo último pronunciamento do ministro Cezar Peluso, presidente do STF, que afirmou que a Corte está em consonância com o interesse público e que, caso
prevaleça o empate de cinco a cinco, outras possibilidades poderão surgir para o desfecho do julgamento. O veredicto mais comentado nos bastidores de Brasília, nas 48 horas que antecedem o julgamento, é de
que Jader Barbalho será enquadrado na Lei da Ficha Limpa.

Histórico

- No início de setembro, Jader Barbalho foi enquadrado nas novas regras de inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ter renunciado ao mandato de senador, em 2001, para escapar de cassação

o discurso contra o voto nulo me parece bem domesticado!

após ser acusado de participar de um esquema de desvio de recursos da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do Banco do Pará (Banpará). Mesmo com a decisão do TSE, Jader pôde disputar as eleições no último dia 3 de outubro ao Senado pelo Pará. Jader teve 1,7
milhão de votos e ficou em segundo lugar na disputa pelo Senado. O primeiro colocado foi Flexa Ribeiro (PSDB) com 1,8 milhão dos votos.

Fonte: Amazônia Jornal - 26.10

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

MANIFESTO PELO VOTO NULO NO 2º TURNO, AGORA É LUTA!

Com Plínio, pelo voto nulo


 Fazemos um chamado aos militantes e filiados do PSOL a manter a coerência partidária demonstrada nestes oito anos de oposição de esquerda ao governo Lula para que em 31 de outubro votemos NULO.

Sabemos que setores majoritários da classe trabalhadora e do povo preocupados, com justa razão, com uma possível volta dos tucanos, preparam-se para votar em Dilma. Nela, por ser a candidata de Lula, depositam expectativas de melhorias, acreditando na farta campanha ideológica do governo tentando mostrar que seu projeto é diferente do dos tucanos. Respeitamos estas posições dos trabalhadores, mas não as compartilhamos. Neste sentido, como militantes, dirigentes e filiados do PSOL queremos manifestar nossa posição a respeito.

A Executiva Nacional do PSOL acaba de votar uma resolução que consideramos equivocada. Nela, se legitima o voto em Dilma, mas também o voto Nulo, como se fossem duas alternativas compatíveis, quando são opostas.

O PSOL nasceu de um claro confronto à traição de classe do governo Lula e do PT, denunciando que sua política dava continuidade aos oito anos de governo neoliberal tucano. Assim nos posicionamos, assim muitos foram expulsos do PT, assim foi fundado o PSOL.

Denunciamos durante estes oito anos a falsa alternativa dos tucanos, e enfrentamos nas ruas e nas urnas as políticas econômicas contra os trabalhadores e o povo aplicadas desde o governo federal do PT/PMDB com a cumplicidade dos governos estaduais controlados pelo PSDB/DEM.

Não estamos frente a um confronto de esquerda versus direita nem de democracia versus fascismo*. Trata-se de uma disputa dentro dos marcos do regime da falsa democracia do poder econômico e da corrupção, regime que as duas candidaturas defendem. Argumenta-se que tucanos e petistas “não são iguais”. Mas nós afirmamos que não são opostos, pois o conflito fundamental entre eles é a disputa pela chave do cofre para melhor servir ao grande capital e se beneficiar dos cargos, altos salários, desvios, propinas e os privilégios do poder. Ou, como diz o sociólogo, professor e fundador do PSOL Chico de Oliveira, “o campo de conflito entre eles é pequeno”.

Temos denunciado durante oito anos o surgimento de uma nova direita, encabeçada pelo PT, com aliados como Jáder Barbalho, José Sarney, Renan Calheiros, Collor de Melo. Novos aliados que majoritariamente o foram também de FHC, velhas raposas sempre dispostas a negociar seu lugar junto aos governos de turno. Nova direita que, junto com a tradicional e velha direita dos tucanos e do DEM, pactuou a subserviência ao capital financeiro, ao agronegócio, aos grandes grupos econômicos estrangeiros e nacionais. Juntos se acobertaram mutuamente nos escândalos de corrupção montados sob os mesmos esquemas. Juntos continuaram criminalizando os movimentos sociais, o que se comprova com o número de trabalhadores rurais mortos nestes oito anos de governo Lula, nos interditos proibitórios contra as greves, na repressão aos sem teto, nos despejos, na violência policial contra as greves e na brutal criminalização da pobreza que faz dos jovens pobres e negros a maioria das vítimas da violência policial.

Tão importante como denunciar que os tucanos introduziram a pauta conservadora contra o aborto e de criminalização da homossexualidade, é denunciar qual tem sido a resposta da candidata de Lula: no mesmo terreno retrogrado e conservador, Dilma afirma que “respeitará o estado laico”, mas subordina suas propostas aos setores mais reacionários das igrejas. Entre Crivella e Silas Malafaia não há “mal menor”!

O governo, como já fez na campanha eleitoral de 2006 pela reeleição de Lula, argumenta que Serra é privatista enquanto que Lula/Dilma não o seriam. E seguindo esta argumentação, se justificaria votar na candidata do PT/PMDB. Este é um argumento falso. É verdade que Lula privatizou menos que FHC. Mas a razão é que o “filé mignon” fundamental a ser privatizado já tinha sido entregue. Lula, além de não reverter nenhuma das privatizações tucanas, seguiu avançando sobre outros setores, através das fundações, as OS (Organizações Sociais) e Parcerias Publico Privadas. Com Lula se manteve o Estado mínimo neoliberal e os serviços públicos continuam sendo desmontados. O setor privado da educação foi beneficiado pelo PROUNI. Os planos de saúde seguem lucrando com o desmantelamento do SUS. É através das PPP's que Lula vem transferindo para a iniciativa privada serviços antes prestados pelo estado como saúde e educação, e vai entregar as obras do PAC nas mãos das empreiteiras, como as hidrelétricas do Rio Madeira e de Belo Monte.

Foi no governo de Lula, tendo Marina Silva como ministra do meio ambiente que se aprovou a lei de privatização das florestas brasileiras (Lei de concessões florestais) que repassa ao agronegócio e aos piratas da indústria farmacêutica toda nossa biodiversidade, internacionalizando assim a Amazônia. E tem o projeto de privatizar os Correios. Com Lula foram leiloados 2,6 mil km de rodovias federais. Na Petrobrás continuaram com os leilões do petróleo. E o dinheiro do BNDES não é utilizado para fortalecer as empresas estatais, mas para fortalecer grandes grupos empresariais privados como o frigorífico Friboi ou os mega empreendimentos minerais de Eike Batista. Mais uma vez citamos Chico de Oliveira, que sustenta que Lula é privatista numa escala que o Brasil nunca conheceu: “Essa onda de fusões, concentrações e aquisições que o BNDES está patrocinando tem claro sentido privatista. Para o país, para a sociedade, para o cidadão, que bem faz que o Brasil tenha a maior empresa de carnes do mundo, por exemplo?”

Basta de privilégios corporativos!
A capitalização da Petrobrás foi mostrada como um negócio maravilhoso que fortaleceria o estado e o petróleo seria de “todos os brasileiros”. Mas a verdade é outra. O governo comprou dólares de investidores estrangeiros pagando com títulos da dívida interna. Pelo qual a capitalização significou um enorme aumento da dívida interna que paga as maiores taxas de juros do mundo. Este aumento de endividamento não seria necessário caso os lucros das estatais não tivessem que ser destinados ao pagamento da dívida publica e pudessem ser reinvestidos nas próprias empresas. Em 2010, até setembro, foram destinados R$ 29,3 bilhões de lucros principalmente da Petrobrás para amortizar a dívida publica, quase a mesma quantia de dólares de estrangeiros que entraram no país para capitalizar a Petrobras! (dados Auditoria Cidadã). No RJ quem pretende avançar na abertura do capital da CEDAE é Sergio Cabral, apoiado por Lula.

O governo Lula afirma que o país não esta mais dependendo do FMI. Mas a verdade é que Lula assumiu integralmente a pauta do FMI e do capital financeiro, pagando os juros mais altos do mundo e dando continuidade à política de FHC. Este, durante seus oito anos pagou 600 bilhões de reais em juros e amortização da dívida publica e, no entanto, a divida pulou de 61,8 bilhões de reais para R$ 687 bilhões. Finalizando o governo Lula, durante o qual pagou 1 trilhão 340 bilhões de juros e amortização, a divida publica pulou para fantásticos 1 trilhão 826 bilhões de reais. Enquanto durante todo o ano de 2009 o governo gastou R$ 12 bilhões com o programa Bolsa Família, dedicou R$ 380 bilhões para pagar juros ao sistema financeiro! Lula então, diz que governou para os pobres, mas, ao igual que FHC, governou para os ricos e poderosos.

Não é verdade que a política externa de Lula saiu dos marcos do império. Lula e as tropas brasileiras comandam a criminosa ocupação militar do Haiti. Lula interveio na Bolívia, no Equador ou na Venezuela em primeiro lugar para “amaciar” os confrontos de classe existentes e os atritos destes governos com os EUA. E o fez, principalmente, para defender os interesses das multinacionais brasileiras ou mistas, como a Petrobrás ou a Odebrecht. A política de Lula é funcional aos interesses do imperialismo, numa divisão de tarefas onde “Obama morde e Lula assopra.”

Se o segundo turno é uma eleição diferente, porque os socialistas não têm nossa candidatura na disputa, é equivocado afirmar que estamos frente a uma “outra eleição”. Essa afirmação tem o objetivo de fundamentar que devemos mudar de política, e o que ontem enfrentamos e rejeitamos, hoje deveríamos aceitar. Afirmamos que estamos frente ao mesmo processo eleitoral, onde as duas candidaturas financiadas pelo grande capital vão a uma disputa completamente alheia aos reais interesses e necessidades do povo. Duas candidaturas, aliás, financiadas pelos mesmos banqueiros, empreiteiros, grandes empresários que sabem que, ganhando um o outro, seus interesses estarão assegurados.


AGORA É LUTA!

Disputar os petistas não é confundir e iludir com que Dilma é diferente de Serra, não é embelezar Dilma para justificar o voto no PT. Disputar os corações e as mentes dos milhões que, equivocadamente votarão em Dilma, significa ajudar a desmascarar a farsa atual entre dois projetos substancialmente iguais. Para derrotar Serra não se pode votar na Dilma, cujo projeto é o mesmo! Pois os dois defendem ataques ao nível de vida do povo, uma nova reforma da Previdência, os dois encobertam a corrupção, os dois pactuam a desnacionalização da economia, os dois defendem o agronegócio e com os dois continuará a devastação da nossa Amazônia.

Se alguma diferença devemos marcar, é que pelo seu histórico de luta e sua origem popular, o petismo e Lula no governo provocaram um enorme retrocesso na consciência de milhões trabalhadores. Utilizaram seu capital político construído durante décadas junto à classe trabalhadora para, de forma pérfida, manipular consciências e desmobilizar o povo, contando com a cooptação de milhares de ex-dirigentes que hoje ganham fabulosos salários administrando fundos de pensão, ocupando cargos em conselhos de empresas estatais ou mistas, secretarias e cargos de confiança em governos. E também diretamente comprando lideranças sindicais e estudantis com os milhões que despejam sobre organizações as organizações sindicais como a CUT ou a UNE.


O VOTO NULO prepara o futuro. Pois o PSOL não pode ser cúmplice de um governo que prepara o ajuste fiscal, receita do imperialismo para que os povos paguem pela crise da economia mundial. Isso significa a redução dos gastos públicos, a reforma da previdência que aumentará o tempo de trabalho necessário para se aposentar, a reforma trabalhista para acabar com a multa de 40% do FGTS, com o 13º salário, que pretende parcelar férias. Não podemos compactuar com uma candidatura que governará com um orçamento voltado para pagar juros da dívida ao capital financeiro enquanto dedicará migalhas para o programa Bolsa Família com o objetivo de manter seus currais eleitorais e o povo pobre desmobilizado.

O PSOL não pode legitimar pela esquerda o governo da nova direita, nem se converter em roda auxiliar do projeto do PT/PMDB. O PSOL não será domesticado nem cooptado. O PSOL é oposição de esquerda as duas candidaturas do capital e será oposição ao futuro governo, programática e praticamente, ajudando a organizar as lutas para enfrentar o ajuste que virá. Por isso, em 31 de outubro, nós, que continuamos defendendo um PSOL socialista, de esquerda, de classe, de luta, com independência política do capital, votaremos NULO.


*Fascismo é a política do capital financeiro que, apoiado na mobilização reacionária de setores da classe média, ataca com métodos de guerra civil, violência física, extermínio, a classe trabalhadora e suas organizações, à esquerda, qualquer oposição democrática, os partidos políticos, à democracia burguesa, para impor a sangue e fogo uma brutal exploração que escraviza o povo.


Assinam: Babá - Dir Nacional do PSOL, Renatinho – Vereador de Niterói PSOL, Silvia Santos - Executiva Nacional do PSOL, Douglas Diniz – Dir. Nacional do PSOL, Welington Cabral – Dir. Nacl do PSOL e Dir. do Sindicato dos Químicos de SJC/SP, Michel Oliveira – Dir. Nacional do PSOL e Executiva PSOL Pará , Neide Solimões - Executiva PSOL Pará e Dir. da Condsef e do Sintsep/Pa , Manuel Iraola - Executiva PSOL São Paulo, Rosi Messias - Executiva PSOL RJ, Pedro Rosa Cabral – Dir. Estadual PSOL RJ e Diretor do SINTUFF, Silaedson Juninho – Dir. Estadual PSOL Rio de Janeiro, Cedicio Vasconcelos –Coord. Geral do Sind. dos serv. Públicos Federais/Sintsep-PA, Claudia Gonzáles - Executiva PSOL Niterói/RJ, Barbara Sinedino – Coord. Geral do DCE Unirio, Diego Vitello - Executiva PSOL Rio Grande do Sul, Anna Miragem – Dir. PSOL Rio Grande do Sul, Fábio Felix – Executiva PSOL Brasília, Adriano Dias – Diretorio PSOL Brasília, Dorinaldo Malafaia – Dir. PSOL Amapá e Dir. do Sindsaúde, Julia Borges - Diretora do DCE Unama, Marcio Amaral – Pres. do Sind. dos Rodoviários de Ananindeua e Marituba – PA, Cláudio Leitão – Pres. do PSOL Cabo Frio/RJ, Silvia Letícia – Dir. Estadual do PSOL/PA, Uerlei Valdomiro - Executiva PSOL / ES, Gelsimar Gonzaga – Pres. do PSOL Itaocara/RJ, Agnes Santos - PSOL Uberlandia, Hinuany Melo - PSOL Uberlandia, Edson Amaro – PSOL de São Gonçalo, Rogério Lima – Pres. do Sind. dos Munic. Bom Jesus/RJ, Makaíba - Núcleo Centro do PSOL/RJ, Maria Eloisa Mendonça - Núcleo Centro do PSOL/ RJ, Miudo - SINDPSECAN/CECOB, Rubens Texeira - Dir PSOL MG, Danilo Bianchi - DCE UFOP, Cristiano Florencio - Pres PSOL Itapema SC, Jonte - PSOL GO, Clistenes Mendonça - PSOL MA, Rafael Lazari - PSOL Maricá, Zaraia Guará - DCE UFPA, Rubens - PSOL - MG, Gabriela Goes - PSOL AP, Thais Sá - DCE UNIFAP, Bianca Damacena - PSOL Passo Fundo, Thaigo Peixoto - ASAFISCO ES, Waleska Timoteo - SINDSMUV, Ciane Rodirgues - DCE UFF, Alecsandro - PSOL Guarulhos, José Pessoa Lobo - Pres.PSOL Cametá/MTL-Pa/SINJEP.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

CAIXÕES DE DEFUNTO PODEM ENTRAR EM GAZA, em chiapas-palestina+noreply@googlegroups.com

IPS/ Rebelión 16/10/2010.


Samir Tahseen Al-Nadeem morreu após esperar por 35 dias uma permissão para sair de Gaza e poder tratar de seus problemas cardíacos.Tinha 26 anos. Os remédios de que precisava nunca chegaram, mas seu caixão sim.

Até agora, o Ministério da Saúde palestino tem registrado 375 mortes causadas por falta de medicamentos em Gaza. A maioria dos remédios fica retida nos postos de controle israelenses até a data do vencimento.

Mas não há prazo de vencimento para os cerca de 10.000 caixões de defunto que foram doados a Gaza. Estes podem entrar neste território palestino submetido a um férreo bloqueio israelense.


No final de setembro, mais de 70% dos medicamentos doados a Gaza, avaliados em vários milhões de dólares, tiveram que ser destruídos por passarem da data de vencimento, informou o Ministério da Saúde palestino.

“Grande parte dos remédios doados vinha dos países árabes”, disse a IPS o diretor do Departamento Farmacêutico, Mounir Al-Boursh.


Ele confirmou que as nações árabes entregaram mais de 10.300 toneladas de remédios num valor total de 25 milhões de dólares. Contudo, só 30% destes puderam, ser aproveitados, explicou. O restante venceu e ainda está nas mãos dos israelenses.


Também não é fácil se desfazer dos remédios. Se forem jogados no lixo comum podem colocar em risco a saúde dos moradores.

 
A Organização Mundial da Saúde está preocupada pela “destinação incerta dos remédios e outro material médico”, disse um porta-voz desse órgão a IPS.

Enquanto isso, as autoridades em Gaza receberam 10.000 caixões de defunto, cerca de 1.000 deles para crianças, informou Al-Boursh. Apesar disso, o número não cobre as necessidades”.

O que Gaza precisa é de 110 tipos de remédios e 123 tipos diferentes de suprimentos médicos. Calcula-se que o território deve ficar sem medicamentos nos próximos meses.


O anunciado alívio do bloqueio israelense, até o momento, não se
traduziu numa maior entrada de itens médicos. Os remédios mais procurados
são os que se destinam às crianças, solicitados pelos setores de maternidade
e os que tratam de doenças como câncer, epilepsia e hemofilia.


“A morte tornou-se algo rotineiro”, disse uma jovem mulher de
Jabalya, norte da Faixa de Gaza, enquanto esperava no corredor do Hospital
Infantil de Al-Nasser.

 
Ao seu lado, os pais de Israa Tabsh, de dois anos, lutam para salvar a própria filha de um problema cardíaco congênito. “Esperamos durante semanas a permissão para sair de Gaza e submetê-la à cirurgia cardíaca de que precisa”, disse o pai, Fayez Al-Tabash. O hospital Al-Maqased, em Jerusalém Oriental, oferece o tratamento adequado, mas Tabish não pode ir até lá.

Como tantas outras, a família necessita antes de uma permissão para sair do território e, em seguida, da garantia financeira do Ministério da Saúde na
Cisjordânia, governada por Al Fatah. Gaza é controlada por Hamás.


Obter este apoio financeiro é quase impossível para a maioria dos pacientes.
“Precisa-se de contatos”, disse uma mãe de 53 anos que solicitou uma
garantia para seu filho. “Estamos presos entre funcionários corruptos e a
morte”.

Os pacientes da Faixa de Gaza dependem do governo da Cisjordânia para obter permissões e remédios.


 
Em 2010, Gaza recebeu da Autoridade Palestina só 22% dos remédios que precisava, apontou Al-Boursh. Os suprimentos diminuem. “Em 2008 havíamos
recebido 50%, e, em 2009, 49%”.

  
Por outro lado, os medicamentos que chegam a tempo não podem ser conservados de maneira adequada. No depósito médico de Al-Ghifari, em Gaza, há vazamentos de líquidos. “São os ratos”, disse um empregado. “Se aproximam das bolsas e causam perdas. Os ratos chegam aos remédios e os pacientes aos
caixões”, acrescentou.

domingo, 17 de outubro de 2010

Ciúme, por José Pessoa










estopim incendiado!!!

                rasgando estilhaçado coração, carnificina emocional
      destronando sem demora minha serenidade

agora é Precipício de mim diante da Emoção

      Razão, um refém amordaçado
 restou-me apenas um canto seguro (penso)

                     no meio de tanta sinestesia
Ciúme, contando-me coisas malditas
                  entre olhares injetados e consumidos
              perguntam-me sem vergonha

          escadaria polida da Vaidade
                         quantos degraus mais devo descer?!

                  Sentimento degenerando virtudes
               Pedra apontada que me perfura o crânio
                               



          inquietação de chacais famintos
                  rosnando ao pé do meu ouvido

         (((((((((((( andando em círculos))))))))))))))

Arrasta isso de mim Iançã, chama Ossanha
           carrega numa cuia benzida e me exorciza
 Ciúme,
           canção renitente de ranger de dentes
     um tom cinzento sobre meus sorrisos
                       


 Submersos na roxidão desse momento
      Ciúme,
                        sentimento ingrato!


Cametá, margem esqueda do rito Tocantins, 16/out/2010 às 09h47min.