Até agora, o Ministério da Saúde palestino tem registrado 375 mortes causadas por falta de medicamentos em Gaza. A maioria dos remédios fica retida nos postos de controle israelenses até a data do vencimento.
Mas não há prazo de vencimento para os cerca de 10.000 caixões de defunto que foram doados a Gaza. Estes podem entrar neste território palestino submetido a um férreo bloqueio israelense.
No final de setembro, mais de 70% dos medicamentos doados a Gaza, avaliados em vários milhões de dólares, tiveram que ser destruídos por passarem da data de vencimento, informou o Ministério da Saúde palestino.
Ele confirmou que as nações árabes entregaram mais de 10.300 toneladas de remédios num valor total de 25 milhões de dólares. Contudo, só 30% destes puderam, ser aproveitados, explicou. O restante venceu e ainda está nas mãos dos israelenses.
Também não é fácil se desfazer dos remédios. Se forem jogados no lixo comum podem colocar em risco a saúde dos moradores.
A Organização Mundial da Saúde está preocupada pela “destinação incerta dos remédios e outro material médico”, disse um porta-voz desse órgão a IPS.
Enquanto isso, as autoridades em Gaza receberam 10.000 caixões de defunto, cerca de 1.000 deles para crianças, informou Al-Boursh. Apesar disso, o número não cobre as necessidades”.
O que Gaza precisa é de 110 tipos de remédios e 123 tipos diferentes de suprimentos médicos. Calcula-se que o território deve ficar sem medicamentos nos próximos meses.
O anunciado alívio do bloqueio israelense, até o momento, não se
traduziu numa maior entrada de itens médicos. Os remédios mais procurados
são os que se destinam às crianças, solicitados pelos setores de maternidade
e os que tratam de doenças como câncer, epilepsia e hemofilia.
Jabalya, norte da Faixa de Gaza, enquanto esperava no corredor do Hospital
Infantil de Al-Nasser.
Ao seu lado, os pais de Israa Tabsh, de dois anos, lutam para salvar a própria filha de um problema cardíaco congênito. “Esperamos durante semanas a permissão para sair de Gaza e submetê-la à cirurgia cardíaca de que precisa”, disse o pai, Fayez Al-Tabash. O hospital Al-Maqased, em Jerusalém Oriental, oferece o tratamento adequado, mas Tabish não pode ir até lá.
Como tantas outras, a família necessita antes de uma permissão para sair do território e, em seguida, da garantia financeira do Ministério da Saúde na
Cisjordânia, governada por Al Fatah. Gaza é controlada por Hamás.
“Precisa-se de contatos”, disse uma mãe de 53 anos que solicitou uma
garantia para seu filho. “Estamos presos entre funcionários corruptos e a
morte”.
Os pacientes da Faixa de Gaza dependem do governo da Cisjordânia para obter permissões e remédios.
recebido 50%, e, em 2009, 49%”.
Por outro lado, os medicamentos que chegam a tempo não podem ser conservados de maneira adequada. No depósito médico de Al-Ghifari, em Gaza, há vazamentos de líquidos. “São os ratos”, disse um empregado. “Se aproximam das bolsas e causam perdas. Os ratos chegam aos remédios e os pacientes aos
caixões”, acrescentou.
É revoltante o descaso com que são tratadas as pessoas que não tem um padrinho político, e vemos que lá no oriente médio se vive a mesma carência de eficiência do poder público que temos aqui. Sendo que lá a situação piora por ser área conflagrada. E enquanto isso, os detentores do poder estão em Dubai e afins gastando dinheiro a rodo e ninguém faz nada pra ao menos tentar modificar (não digo nem resolver) essa situação...
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