segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sindicalismo Revolucionário, por quê?




Em pleno século XXI, parece estranho falar, escrever e defender algo como o sindicalismo revolucionário, que para a grande maioria soa como algo distante da realidade dxs trabalhadorxs, e nos melhores casos, apenas algo de nosso passado não tão recente.
O sindicalismo revolucionário, ou também conhecido como anarcossindicalismo, no Brasil, realmente teve um grande papel no fim do século XIX e início do século XX, quando as primeiras organizações sindicais foram criadas de forma independente e livre, contra as leis do Estado e da patronal que controlava o país (e que ainda controla do país!). Quando xs trabalhadorxs se união e se organizavam era um crime, se dizer sindicalista era passaporte para apanhar da policia, ir à prisão, perder o trabalho, se não fosse levadx aos campos de concentração em regiões inóspitas do país ou ser, em caso de imigrante, extraditado para o país de origem, de onde muitxs já tinham um histórico de luta e perseguição pelas autoridades. Contrariando a tudo e fazendo mesmo que era proibido, porque viam que era uma necessidade básica a luta por direitos de trabalho, de luta por bem estar e liberdade, se mantiveram firmes a ponto de criarem, em 1906, a primeira organização dxs trabalhadorxs brasileirxs, reunindo diversos ramos de trabalho (não havia a concepção fascista de categorias de trabalho que isola e corporativiza xs trabalhadorxs).

Essa organização chamada de Confederação Operária Brasileira foi marco importante na luta por bem estar e liberdade de nossa gente. Agregava trabalhadorxs de todos os ramos de profissão da época e foi responsável pelas primeiras organizações sindicais de norte a sul do país, de cunho livre e de grande influência anarquista. Isso imprimiu nas lutas uma característica importante, de não se submeter ao controle do Estado e da patronal, tornan a luta sindical nesse período intensamente reprimida. Essa estrutura de trabalhadorxs, conseguir apesar de toda força contrária, realizar inumeras greves, paralizações, sendo que as maiores e mais extensas greves que o país passou, foram feitas nesse período. Comparativamente por exemplo com uma CUT ou Força Sindical, que são as maiores centrais “legalizadas” do país na atualidade, não conseguem parar uma parcela sequer dxs trabalhadorxs de força geral, limitando a conseguir greves por categorias, no máximo. Essas duas centrais são legalizadas, amparadas por leis do Estado e possuem uma renda enorme oriunda do imposto sindical e mesmo assim não fazem um décimo que foi feito pela primeira organização sindical revolucionária do país.
É claro que ela foi desmantelada por perseguições e pela ascensão das propostas partidárias que pretendiam tomar o poder para seus propositos totalitários, e durante a ditadura de Getúlio Vargas, o sindicalismo livre foi quase extinto.
Com essa pequena exposição, trazemos a importância da luta do sindicalismo revolucionário e como foi, contra toda opressão e exploração, uma referência importante, um verdadeiro marco na organização de nossa gente, que por seus próprios meus, buscava bem estar e liberdade.
Esse espirito de luta e resistência está ativo e vivo na proposta de ativar no Brasil, uma organização sindical revolucionária, sem pedir licença para existir ao Ministério do Trabalho e Emprego, sem se dobrar as convenções partidárias, sem atuar junto ao sindicalismo varguista que tem em 70 anos, destruido a organização dxs trabalhadorxs, mantido um regime de servidão escrava, maquiada por uma legislação trabalhista orientada pela patronal.
O sindicalismo de luta, de resistência, contrário aos mandos e desmandos do Estado e da patronal, é esse o porque de um sindicalismo revolucionário no país. Um sindicalismo como meio de luta e não como meio de vida, um sindicalismo que consiga unir xs trabalhadorxs por sua emancipação e o fim da exploração e opressão de alguns sobre muitos.

http://anarkio.net/index.php/anarcosindical/426-sindicalismo-revolucionario-br

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