sábado, 17 de julho de 2010

Ode ao Hamaz, por José Pessoa

Ode ao Hamaz



(+ uma criança palestina chacinada)

 
Rebanho de olhares mudos
Vaga memória de tantos rostos comuns
Registro de coisas sem nomes...



Então novamente um verbo gritando
Sobe as escadarias da intenção
É um lento dedilhar
Batizado silencioso de quimeras
Rastejando cinicamente entre desertores
Multidão de perguntas em procissão
Arrastam-me para vários lados



Gaveteiros falantes, criados mudos, crianças cegas
Revelando a Dor que sacia os grandes lagos
Poço sem fundo da Vontade
Tanto de Amor, quanto de Vaidade



Inverno frio da meia-idade
¿Quantas portas mais dentro de ti?
Percorro toda geografia mental da insanidade
Labirinto de certezas
Exílio torturante de claustrofóbicos
Luneta cética, caleidoscópio quebrado
Refratando demais o que não se separa
Murmúrios medonhos do outro lado da Faixa


Manada de luzeiros inflamados
De fuzileiros entrincheirados
Rasga a mortalha, rasga o morteiro
Na carne a navalha - - - → )))))) corpo mensageiro
Na reportagem do ocidente: contos de fada
No meio de tudo o oriente médio



Viva a intifada!
Viva a intifada!
Viva a intifada!


08/01/09

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