quarta-feira, 31 de agosto de 2011

SINAL DE FUMAÇA! LEVANTES ANTI-CAPITALISTAS PELO MUNDO (Chiapas - Trípoli - Rio - Madri)

NOTÍCIAS DE CHIAPAS 30/08/2011
Coruja Vermelha (nadiacorujavermelha@gmail.com)



A seguir, estamos enviando a primeira parta da tradução de um texto recém-publicado do Subcomandante Marcos. A segunda, e última, será encaminhada em mais alguns dias.

Boa leitura. Nádia, coruja vermelha.


TAL VEZ... (Terceira carta a Don Luis Villoro no intercâmbio sobre ética e política)

La Jornada, 27/08/2011.



EXÉRCITO ZAPATISTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL.


MÉXICO. Julho-Agosto de 2011.
Para: Don Luis Villoro.
De: SupMarcos.


Don Luis:



Receba as saudações de tod@s nós e um forte abraço de minha parte. Esperamos que esteja melhor de saúde e que a pausa deste intercâmbio tenha servido para tentar novas colocações e reflexões.

Ainda que a realidade atual pareça precipitar de forma vertiginosa, uma reflexão teórica séria deveria ser capaz de congelá-la por um instante para assim descobrir nela as tendências que, ao revelar sua gestação, nos permitam ver para onde vai.


(E por falar em realidade, lembro que foi em La Realidad zapatista o lugar onde propus uma troca a Don Pablo González Casanova: ele deveria me fazer chegar um pacote de bolachas Pancrema, e eu deveria lhe enviar um suposto e improvável livro de teoria política – para chamá-lo de alguma maneira. Don Pablo cumpriu a parte dele, e o dilatado andar do nosso calendário tem me impedido de cumprir a minha parte do trato... ainda. Mas acredito que nas próximas chuvas haverá mais palavras).

Como, talvez, tem sido insinuado em nossa correspondência (e nas cartas daqueles que, generosos, têm aderido a este debate), a teoria, a política e a ética se entrelaçam em formas não muito evidentes.


Com certeza, não se trata de descobrir ou criar VERDADES, estas pedras de moinho que abundam na história da filosofia e de suas filhas bastardas: a religião, a teoria e a política.

Acredito que estaríamos de acordo em que nosso empenho aponta mais em tratar de fazer ressaltar as linhas não-evidentes, mas substanciais, dessas reflexões/ações.


Fazer descer a teoria à análise concreta é um dos caminhos. Outro é ancorá-la na prática. Mas nas cartas não se faz esta prática, se acaso se dá conta dela. Assim, acredito que devemos continuar insistindo em ancorar

nossas reflexões teóricas nas análises concretas ou, com mais modéstia, tratar de estreitar suas coordenadas geográficas e temporais. Ou seja, insistir que as palavras são ditas (neste caso, se escrevem) de um lugar e

em um tempo determinado. De um calendário e numa geografia.



I.O ESPELHO LOCAL.


O ano de 2011, Chiapas, México, o Mundo.


E nesses calendários e geografia, por aqui, continuamos atentos ao que acontece, ao que se diz e, sobretudo, ao que se cala.

Em nossas terras continuamos em resistência. Contra nós, continuam as agressões vindas de todo o quadro político. Somos um exemplo de que é possível que todos os partidos políticos tenham um mesmo objetivo.


Patrocinados pelos governos federal, estadual e municipais, todos os partidos nos atacam.

Antes de cada agressão ou depois dela, há uma reunião entre funcionários governamentais e dirigentes sociais ou partidários. Fala-se pouco nelas, só o necessário para acordar o preço e a forma de pagamento.


Aqueles que criticam nossa posição zapatista de que todos os políticos são iguais, deveriam dar uma volta por Chiapas. Tenho certeza de que dirão se tratar de algo estritamente local, mas que não ocorre em nível nacional.

Mas na classe política chiapaneca se repetem, com seus toques autóctones, as mesmas rotinas ridículas dos tempos pré-eleitorais.

Há acertos de contas internos (do mesmo modo que nos grupos criminosos) que na classe política se disfarçam de justiça. Mas por toda parte se trata do mesmo: deixar caminho livre ao escolhido de turno. Tudo o que acontece embaixo é taxado de complô de um ou vários rivais. Tudo o que acontece em cima se deforma ou se cala.


Com a política de pagamento dos elogios da mídia, quando se trata de Chiapas não há nenhuma diferença entre a imprensa da capital do país e a da capital do Estado.


Alguém pode falar seriamente de justiça em Chiapas quando continua livre um dos responsáveis da matança de Acteal, cujo nome é Julio César Ruiz Ferro? Meu prefeito, não se preocupe, deixe que se matem, vou mandar a segurança pública tirar os mortos, respondeu o então governador de Chiapas, Julio César Ruiz Ferro, a Jacinto Arias Cruz, prefeito de Chenalhó, que o advertia sobre o iminente enfrentamento em Acteal em 19 de dezembro de 1997. (Maria de a Luz González, El Universal, 18 de dezembro de 2007).



E o que dizer do Bolachas pra Cachorro Roberto Albores Guillén, responsável pela matança de El Bosque, além de ter montado um império de crimes e corruptelas que agora lhe permitem colocar de escanteio Juan Sabines Guerrero e seu galo, o coleto Manuel Velasco, para voltar ao governo de Chiapas? (E por falar em galos, será que o lopezobradorismo vai prestar contas por ter ajudado a reciclar o pior da política priista chiapaneca?)


Ah, a velha rivalidade entre as vetustas classes políticas de Comitán, San Cristóbal de las Casas e Tuxtla Gutiérrez (certamente, seus antecedentes podem ser encontrados no livro de Antonio Garcia de Leon, Resistência e utopia: memorial de queixas e crônicas de revoltas e profecias ocorridas na Província de Chiapas durante os últimos quinhentos anos de sua história, na editora ERA da cativante Neus Espresate).


Enquanto proliferam as insinuações de tormenta na política do Chiapas de cima, Juan Sabines Guerrero parece continuar empenhado na linha que tantos fracassos proporcionou antes ao Bolachas pra Cachorro Albores: fortalecer grupos, paramilitares ou não, para que agridam as comunidades zapatistas; esperteza para esconder o auge de máfias criminosas com ou sem álibi de partido político; manter a impunidade para @s próxim@s; a simulação como programa de governo.
Uma imprensa local e nacional bem azeitada com dinheiro, não chega a ocultar, com o disfarce da unanimidade, a guerra intestina com a política de cima.


Particularmente isso, basta apontar quanto segue: já faz tempo que as regras internas da classe políticas estão quebradas. Os que ontem prendiam são os presos de hoje, e os perseguidores de hoje serão os perseguidos de amanhã.



Não é que não façam acordos, mas sim que não têm capacidade de cumpri-los. E uma classe política que não cumpre seus acordos internos é um cadáver à espera de sepultura.

Não, a classe política de cima não entende nada. Mas, sobretudo, não entende o fundamental: seu tempo acabou.

Governar deixou de ser um ofício político. Agora o trabalho por excelência os governantes é a simulação. Mais importantes do que os assessores políticos e econômicos, são os assessores de imagem, propaganda e técnica de mercado.

É assim que hoje se fabricam os governantes no México, enquanto as realidades locais, regionais e nacionais se despedaçam.



Nem os boletins governamentais disfarçados de reportagens e notas jornalísticas conseguem cobrir a crise econômica: nas principais cidades do Chiapas real começam a aparecer e a crescer a indigência e os trabalhos mais marginais. A pobreza que parecia exclusividade das comunidades rurais começa a crescer nas áreas urbanas do sudeste mexicano.



Justo como no resto do território nacional.

Parece que estou falando da política de cima em nível nacional e não local?

Ah, os fragmentos do espelho quebrado, irremediavelmente quebrado...

II. UM EPITÁFIO PARA UMA CLASSE POLÍTICA OU PARA UMA NAÇÃO?

Quando Felipe Calderón Hinojosa (presidente graças à culpa ora confessa de Elba Esther Gordillo), se disfarça de guia turístico para que não cheguem no México só policiais e militares norte-americanos, se aproxima ao Sótano de Las Golondrinas, em Aqusimón, San Luis Potosí, e exclama um ‘Oh my God!’ (

http://mexico.cnn.com/nacional/2011/08/17/calderon-promueve-destinos-turisticos-em-el-programa-the-royal-tour), e poderia muito bem dizer o mesmo caso se aproximasse do poço em que o país

mergulhou durante o seu mandato.

Segundo as estatísticas reveladas pelo Conselho Nacional de Avaliação da Política de Desenvolvimento Social (CONEVAL, pela sigla em espanhol) o número de pobres no México passou de 48,8 milhões para 53 milhões. Quase a metade da população mexicana vive em condições de pobreza. Quase 12 milhões

de pessoas estão em condições de pobreza extrema.

E se alguém rever os mapas do próprio CONEVAL poderá se dar conta de que as manchas de pobreza, antes próprias dos estados do sul e sudeste do México (Guerrero, Oaxaca, Chiapas), começa a se estender aos estados do norte do país.

Os preços dos produtos básicos dobraram e triplicaram durante o mandato atual.

Segundo dados do Centro de Análise Multidisciplinar, para ter dinheiro suficiente para adquirir a cesta alimentar recomendada, no início do mandato de Felipe Calderón Hinojosa era necessário trabalhar 13 horas e 19 minutos por dia. Cinco anos depois, neste 2011, precisariam trabalhar 22 horas e 55 minutos.

Enquanto isso, os lucros dos milionários quadruplicaram nos últimos 10 anos.

Deveríamos somar a tudo isso as perdas de emprego por fechamento de postos de trabalho. Entre elas, o golpe criminoso contra o Sindicato Nacional dos Eletricitários. O ataque foi encabeçado pelo malvado ministro do trabalho Javier Lozano Alarcón (que será lembrado também pelas extorsões estilo gangster – Zhenli Ye Gon e os 205 milhões de dólares para a fraude eleitoral de 2006), e aclamado pelos grandes meios de comunicação de massa.

Com certeza, a gigantesca campanha publicitária contra os trabalhadores do Sindicato Mexicano dos Eletricitários (que inclui a ameaça de ações penais contra seus dirigentes), ao mesmo tempo em que os acusa de serem mais indolentes do que terrorista, deveria ser contraposto à realidade: se esses trabalhadores eram preguiçosos e inúteis, como é que havia luz elétrica na região central do país? Como é que funcionavam as TVs que agora os atacam, os jornais que os caluniam, as estações de rádio que os difamam? E as deficiências que agora, com a Companhia Federal de Eletricidade, são sofridas na maioria dos lares desta parte do México? E as novas contas que aparecem agora com quantias exorbitantes?


Mas a resistência desses trabalhadores não passa desapercebida. Não para nós.

 E enquanto na economia nacional a crise mundial apenas se aproxima, a classe política, esta sim, continua em sua ociosidade.
ano de 2012 chegou ao calendário de cima desde o 1º de dezembro de 2006, e ao longo desses 5 anos não tem feito outra coisa a não ser evidenciar que estes calendários não servem nem para decorar as paredes derrocadas da grande casa que ainda chamamos México.


No PRI, um Beltrones e uma Paredes fazem cálculos para afastar um Peña Nieto que se ocupou mais em fazer uma passarela de mídia (havia dinheiro) e pouco em fazer política (não tinha cargo).

No PRD, o casal descasado de López Obrador e Marcelo Ebrard começa a se dar conta de que o fundamental depende das burocracias partidárias da autodenominada esquerda institucional.

E no PAN do pesadelo nacional, um homenzinho enlouquecido com morte e destruição procura quem lhe cubra as costas quando os guardas presidenciais e o palácio nacional já não fizerem isso.

Ainda que o desprestígio e o desgaste do partido de governo seja grande, Felipe Calderón Hinojosa aposta, e forte, no uso de todos os recursos ao seu alcance para impor sua proposta. Como já fez isso em 2006, poderia repetir a dose em 2012. E precisará disso, porque suas cartas estão bem fracas: um Cordero que promete a seu pastor que continuar sendo isso mesmo; um Lujambio a espera de não receber a estocada da esteira de luz; um Creel para o qual o cinza cai bem (e o define); e uma Vázquez Mota cujo único argumento é ser mulher.

(Lembro de uma discussão quando Barack Obama e Hillary Rodham Clinton disputavam a candidatura presidencial. Algumas feministas pediam apoio a Hillary por ser mulher, algumas afro-americanas pediam para respaldar Obama por ser de cor. O tempo mostrou que lá em cima não contam nem a cor nem o gênero).

Enquanto isso, a matrona do bordel, Elba Esther Gordillo, tira as pétalas da margarida... e não descarta lançar a si mesma no lugar de apoiar alguém. Com um panorama tão patético, é lógico, e até de se esperar, que surjam pré-candidatos externos... e pintassilgos que os acompanhem.

Na realidade, fora das camarilhas partidárias, do poder econômico e de alguma militância, a assistência governamental não parece interessar a ninguém.

A apatia vai sendo substituída pelo rancor, e não são poucos os sonhos nos quais, por fim, se acaba de sepultar o sistema político mexicano, e com mãos plebéias se lavra sobre o túmulo o epitáfio: fiz isso da maneira difícil, mas o jogo chegou ao fim.


Enquanto isso, a guerra continua...e com ela as vítimas.

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A nova velha Libia




Mário Augusto Jakobskind



Uma semana depois de a delegação brasileira integrada por parlamentares, jornalistas e ativistas sociais ser impedida de ingressar na Líbia em função da intensificação dos bombardeios da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a TV Globo ingressou em Trípoli para “informar“ aos telespectadores os acontecimentos. O informar fica entre aspas, porque muito mais do que informar o esquema global desembarcou na capital líbia para apresentar um entretenimento e com texto provavelmente encomendado pela OTAN do que outra coisa. Aliás, se for consultado o WikLeaks pode-se saber quem são exatamente certos colunistas e âncoras da Globo. Wiliam Waack que o diga.

O repórter da Globo em Trípoli culpava o “ditador” Khadafi por tudo de mal que estava acontecendo e bradava que o povo comemorava a definição em favor dos opositores do regime que chegava ao fim. Da mesma forma que ocorreu com as imagens dos opositores ao longo dos últimos seis meses, os que chegaram a Trípoli não reuniam o povo nas comemorações, apesar dos textos dizerem o contrário.

Sobre as consequências dos bombardeios da OTAN, nada.

O líder líbio, segundo as agências de notícias, estava sendo procurado em tudo que é canto do país. E isso com a ajuda da OTAN, que colocou a inteligência no encalço do “bandido”. Empresários líbios, parte deles recém chegados da Tunísia, dos Estados Unidos e até da Europa, ofereciam 1,7milhão de dólares pela captura de Khadafi vivo ou morto.

A TV Globo, e de um modo geral toda a mídia de mercado tupiniquim, silenciou não apenas sobre as consequências dos bombardeios, como também em apresentar aos leitores, telespectadores e ouvintes quem é quem na OTAN. Andeers Fogh Rasmussen, atual secretário geral da entidade, por exemplo, foi Primeiro-Ministro da Dinamarca de 2001 a 2009, liderando uma coalizão com a ala direita do Partido Conservador Popular. Como se não bastasse, Rasmussen trabalhou intensamente com o Partido Popular Dinamarquês, de extrema direita, agremiação política irmã do Partido Progressista da Noruega, onde militava Anders Behring Breivik, o terrorista neonazista que além de disseminar ódio contra estrangeiros recentemente assassinou dezenas de pessoas em atentados.


Esta é a Otan, a verdadeira definidora da queda do regime de Khadafi e que se propõe a estabelecer a democracia na Líbia. Há testemunhas de jornalistas, não das Organizações Globo, claro, que para abrir caminho dos opositores a OTAN bombardeou indiscriminadamente tudo que via a sua frente em Trípoli.

Segundo o jornalista Thierry Meyssan, colaborador do Global Research, no sábado, 20 de agosto, um barco da OTAN atracou ao lado de Trípoli, entregando armas pesadas e desembarcando jihadistas da Al Qaeda, enquadrados por oficiais da Aliança. Meyssan revelou ainda que helicópteros e aviões da OTAN bombardeavam para todos os lados e pessoas eram metralhadas nas ruas para abrir caminho aos opositores.

O Tribunal Penal Internacional de Haia pretende julgar Khadafi por “crimes contra a humanidade”, naturalmente se ele for capturado vivo. Já o vice-presidente sul africano, Kgalerna Morlanthe cogita apoiar proposta de grupos progressistas no sentido de processar a OTAN no mesmo Tribunal sob o argumento que a Organização teria desrespeitado os direitos humanos na Líbia.

O Conselho Nacional de Transição, órgão político dos opositores de Khadafi, na palavra do chefe Mustafá Abdeljalil admite que em seis meses de combate, teriam morrido mais de 20 mil pessoas. Não houve referências aos bombardeios da OTAN.

Os acontecimentos na Líbia remetem a 1 de novembro de 1911, quando foi utilizada a aviação da Itália para bombardear posições turcas em Ain Zara, a leste de Trípoli. Quatro bombas de 1,5 quilos foram lançadas então. Em 2011, muito, mas muito mais do que isso, possantes jatos, da França, do Reino Unido e dos Estados Unidos, com o apoio de muitos países da Europa e mesmo árabes, arrasaram a Líbia e foram os principais responsáveis pelo avanço até Trípoli dos opositores de Khadafi.

O dirigente deposto errou de cabo a rabo ao fazer inúmeras concessões ao capital financeiro e aos senhores da guerra, imaginando que cairia nas graças do Ocidente. Em um primeiro momento, segundo revelam documentos da Wikleaks, o governo líbio passou a ser considerado exemplar em termos de combate ao terrorismo.


 
Bastou Khadafi querer adotar medidas que contrariavam interesses econômicos poderosos na área do petróleo, mesmo com as concessões feitas, apareceram os rebeldes que tomaram Benghazi.

A entrada em cena da OTAN teve como pretexto a defesa da população líbia da “ação criminosa” de Khadafi. Mas quando o mesmo Khadafi abriu para o Ocidente a partir de 2003, recebendo com tapete vermelho Madame Condoleezza Rice e Tony Blair, as “atrocidades de Khadafi” hoje reveladas eram simplesmente ignoradas.

Pelo atrevimento de Khadafi em formar com demais países africanos um bloco econômico com moeda própria, o governo dos Estados Unidos decidiu agir. Como não poderia fazer o serviço sozinho em função do desgaste no Iraque e Afeganistão convenceu os aliados David Cameron, do Reino Unido, e Nicolas Sarkozy a agir. Dois aliados do gênero cachorrinho e a docilidade da ONU complementaram o serviço.

Esta guerra civil, em suma, ainda está para ser contada. Um item importante será conhecer com maiores detalhes o papel da mídia, que mais do que mídia passou a ser a própria guerra que está resultando em uma “nova Líbia”. A Al Jazeera. do Catar teve participação intensa no esquema.

Ah, sim, e a família real que controla a Arábia Saudita a ferro e fogo, tudo bem? Podem ficar a vontade em matéria de atrocidades porque são aliados dos Estados Unidos. Mulher sendo presa porque é proibida de dirigir, deixa para lá, afinal a família real é aliada e para os aliados tudo. Para os que ousam, OTAN neles com a chancela da ONU.

Discussão Libertária!! forumlibertario@grupos.com.br


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                                CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO





Caros amigos, peço que divulguem esse e-mail, para que a população do Rio de Janeiro e do Brasil saiba o que acontece, de verdade, em nosso Estado.

Grato,

Robson Simas – Cel BM RRem


 
CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DO RIO DE JANEIRO

Povo Fluminense,

Os Bombeiros do Rio de Janeiro, profissionais trabalhadores, ordeiros e competentes, em respeito à população que sempre defenderam, por vezes com o sacrifício da própria vida, vem a público esclarecer o que tem ocorrido na Corporação e no Governo do Estado e o que levou companheiros e seus familiares a desafiarem os desmandos do Comandante Geral Cel Pedro Marco e do Governador Sérgio Cabral.

Como sabemos, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro é uma corporação voltada para a preservação de vidas e proteção de Bens da população do Estado do Rio de Janeiro.

Ao longo da sua existência, o CBMERJ sempre se pautou pela hierarquia e disciplina e também pela credibilidade de seus serviços, estando ao lado da população Fluminense em todas as suas aflições e enfrentando com bravura as calamidades naturais que atingem o Estado. São inúmeras as vidas salvas e os bens preservados pelos profissionais do Corpo de Bombeiros, que a população chama carinhosamente de Heróis. Ao nos formarmos, juramos defender a população com o Sacrifício da nossa própria vida e assim temos feito ao longo desses 155 anos de existência.


 
A Corporação recolhe cadáveres, combate os mosquitos da dengue, atua nas UPAS, guarnece o sambódromo no carnaval e atua no Rock in Rio (sem remuneração extra, embora o evento seja cobrado ao público), além de exercer as suas funções de salvamentos e combate à incêndio, recebendo um dos PIORES SALÁRIOS pagos pela categoria no Brasil (tabela ao Final).

O reequipamento da Corporação não é mérito do Governador, mas sim da população do Estado do Rio de Janeiro que paga a taxa de incêndio e que, ainda assim, não sabe que os recursos não são totalmente destinados à Corporação.


 
A Ira do Sr. Sérgio Cabral, com os Bombeiros, vem de 2009, quando foi vaiado pela Corporação durante o lançamento da Campanha “Cultura Antidengue” no ginásio do Maracanãzinho e desde então tem discriminado os Bombeiros militares, sejam nas gratificações (usando seu poder de discricionariedade) seja nas condições de trabalho (vocês viram alguma homenagem aos heróis que morreram na calamidade da Região Serrana?)

Agora, a população do Estado do Rio de Janeiro, assiste a sua Corporação de heróis ser aviltada e achincalhada pelas atitudes ditatoriais do Governador Sérgio Cabral que culminou com os manifestantes adentrando o Quartel Central da Corporação, no ultimo dia 03, para serem ouvidos pelo seu Comandante Geral, que omisso, serviu de “pau mandado” do governador Sérgio Cabral e ignorou os clamores de sua Tropa, nem comparecendo ao local.


O Governador Sérgio Cabral, adotando os melhores recursos da DITADURA, mandou o BOPE invadir com tiros e bombas o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, ferindo militares honestos, mulheres e crianças indefesas. Atitude inadmissível em um Estado democrático de Direito!

Porque o Comandante Geral do CBMERJ, Cel Pedro Marco, não tomou as medidas necessárias para a retirada de seus militares do pátio do Quartel Central? Estavam todos desarmados e com seus familiares. Não era necessário o uso da força e sim do diálogo. Os Bombeiros são pacíficos por natureza.

O Governador nunca gostou da Corporação. Nomeou para Secretário o Ex médico do CBMERJ Sérgio Côrtes, um homem que deixou a Corporação por não concordar com os baixos salários e a carga de trabalho excessiva e agora nada faz para ajudar a Corporação, apenas integra os desmandos administrativos e superfaturados do Governo do Estado na área da saúde.

Assistimos perplexos ao Comandante Geral da PMERJ usurpar o Comando do CBMERJ e se dirigir, dentro do quartel dos Bombeiros, à tropa de profissionais honestos como se bandidos fossem.

Nossos militares foram presos e conduzidos aos quartéis da PMERJ como criminosos apenas por reivindicar dignidade profissional!

Se nossos companheiros erraram ao ADENTRAR a SUA SEGUNDA MORADA, o Governador foi CRIMINOSO e DITATORIAL ao ordenar a invasão do Quartel Central dos Bombeiros pelo BOPE com uso de FORÇA, TIROS E BOMBAS, como se ali fosse uma antro de criminosos e não de profissionais que arriscam a sua vida pela população, CAUSANDO FERIMENTO EM MULHERES E CRIANÇAS e obrigando a nossos companheiros ao confronto.


AJUDEM AQUELES QUE SEMPRE O SOCORRERAM!!!
NUNCA DEIXAMOS DE ATENDER E SOCORRER A POPULAÇÃO!
MOSTRE A SUA INDIGNAÇÃO POR ESSE ATO VIOLENTO E DITATORIAL DO GOVERNADOR SERGIO CABRAL!!!
MOSTRE O SEU APOIO AOS BOMBEIROS!
ENVIEM ESSA CARTA PARA TODOS OS SEUS AMIGOS.
ACOMPANHEM E APOIEM O NOSSO MOVIMENTO PELO SITE http://www.sosguardavidas.com

SALÁRIOS BRUTOS NO BRASIL:


01º - Brasília - R$ 4.129.73


02º - Sergipe – R$ 3.012.00


03º - Goiás – R$ 2.722.00


04º - Mato Grosso do Sul – R$ 2.176.00


05º – São Paulo – R$ 2.170.00


06º – Paraná – R$ 2.128,00 1


07º - Amapá – R$ 2.070.00


08º – Minas Gerais - R$ 2.041.00


09º - Maranhão– R$ 2.037.39


10º – Bahia – inicial - R$ 1.927.00


11º - Alagoas - R$ 1.818.56


12º - Rio Grande do Norte – R$ 1.815.00


13º - Espírito Santo – R$ 1.801.14


14º - Mato Grosso – R$ 1.779.00


15º - Santa Catarina – R$ 1.600.00


16º - Tocantins – R$ 1.572.00


17º - Amazonas – R$ 1.546.00


18º - Ceará – R$ 1.529,00


19º - Roraima – R$ 1.526.91


20º - Piauí – R$ 1.372.00


21º - Pernambuco – R$ 1.331.00


22º - Acre – R$ 1.299.81


23º - Paraíba – R$ 1.297.88


24º - Rondônia – R$ 1.251.00


25º - Pará – R$ 1.215,00


26º - Rio Grande do Sul – R$ 1.172.00


27º - Rio de Janeiro - R$ 1.031,38 (SEM VALE TRANSPORTE)



O RIO DE JANEIRO é o Estado que mais recebe investimentos no Brasil, é o 2º que mais arrecada impostos. Pretende Sediar o Rock in Rio, as Olimpíadas militares, a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.

Há algo de errado e Podre no Governo do Exmo Sr Governador Sérgio Cabral Filho!!!

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[Espanha]O que mostra a mídia é que o artista é um homem com um laço que faz muito bem genuflexões” [Entrevista com o artista Santiago Sierra acerca da sua última obra, a instalação itinerante “No Global Tour”.]


Fale sobre o “No Global Tour”...




Agora o teremos no Artium de Vitoria. Também há um NO (NÃO) de mármore, que fizemos em Carrara. É um NÃO bem grande, feito na mesma furna onde trabalhava Michelangelo, toda coberta com vaselina... de uma forma insinuante, digamos. E deste eu gosto especialmente porque quando se vai a Carrara – que sai no filme a principio - se vêem as montanhas, e o que não faltam são virgens e santinhos. Acontece que Carrara é uma cidade com militância anarquista importante, especialmente entre os trabalhadores. E existem monumentos nas ruas destacados a figuras anarquistas, algo que nunca vi. Me dava esse sentimento: esta gente fazendo santos e eu de certo modo trabalhando um pouco dentro e fora do sistema. Me senti muito confortável fazendo este segundo NÃO. Se observar minha carreira, eu sempre busquei situações para ilustrar o desastre visualmente. Ter feito todo este trabalho de escritor, creio que para dizer algo e em uma só palavra, deixando um NÃO itinerante, que continua como um projeto ao mesmo tempo em que eu possa mantê-lo. Vamos tentar chegar o mais longe possível. Temos trabalhado como loucos e deixamos de fazer outras coisas. Mas eu sinto como se eu tivesse feito uma obra-prima. Apenas esqueça que há filme, esqueça tudo: pense na imagem do NÃO no meio do Madison Square (Nova York) e eu já sou feliz!

Há um momento no filme que um trabalhador italiano diz “o ‘não’ é a linguagem da criança”...

Bem, isso dizia Calvo Garcia, não? Que era o primeiro sinal da inteligência da criança, - dizer não - porque isso significava ser autoconsciente... Eu não sei como explicar, mas eu acho que quando quer dizer "não" está querendo dizer algo. Até então está apenas balbuciando.

Gostei muito que tenha dito não ao Prêmio Nacional de Artes Plásticas (novembro de 2010) e também da carta expressando a rejeição...


 
Bem, eu não acho que eles sejam alguém para premiar-me. Isso em primeiro lugar. Sinto-me desvalorizado, creio que há um “rolo”, por parte dos governos em geral, em uma política de prêmios constante para os artistas, que promovem a docilidade; te sugam o prestígio e te deixam seco [risos]. Ao artista que é dado um prêmio tão importante faz terminar sua carreira, faz um papel ridículo, em uma notícia apertando as mãos das autoridades; e a verdade é que não me vejo nesse papel. Não posso chegar e cumprimentar as pessoas que detesto.

Isto está de acordo com o que foi e deve continuar a ser a tradição histórica de artistas críticos ao poder...

De fato é surpreendente o bom relacionamento que parece ter. Sim, existem núcleos de pessoas que continuam dando muito la tabarra, mas geralmente mostram a mídia que o artista é um homem com um laço que faz muito bem genuflexões. É uma imagem desastrosa que tem feito muito mal ao próprio artista. A mim às vezes envergonha dizer que sou artista, porque você é associado a uma série de coisas que não têm nada a ver.


 
Depois de recusar o prêmio, que repercussões têm notado? Tenho tido muitos elogios, fiquei espantado. Teve grande impacto fora da Espanha; apesar de não sair muito, o boca a boca funcionou. E não, eu realmente sinto falta dos trinta mil... [risos]. Deu-me qualquer tentação e me arrepender, mas... o dinheiro é para ser ganho, não me agrada assim, desta forma. Tenho feito muitas coisas: poderia fazer uma exposição para o Deutsche Bank, poderia fazer muitas coisas surpreendentes... Mas não receber por nada - simplesmente para ir e mostrar a minha adesão ao regime, não.


 
O artista ao criar tem uma pretensão. Qual é a sua? Colocar em galerias ou museus, que são os centros onde os líderes vão gastar seu tempo de ócio, coisas que não querem ver lá. É como o meu karma, sempre tento fazer isso: tudo o que não pode ser feito, virar o jogo. Ou às vezes, por uma questão estratégica, me interessa mostrar-me cômodo e não criar problemas para vender fotografias, que é do que eu vivo. Mas normalmente minha intenção quando eu vou a uma galeria... Este, por exemplo, [aponta para uma foto] é uma galeria de Bucareste. É uma sala gigante com 300 mulheres pedindo esmolas.


 
Qual é o sentido último de trabalho de um artista? Acredito que a tarefa de qualquer profissão deve ser trabalhar para o bem comum. Isso em termos de desejo. Em termos de realidade minha função é... talvez decorar as casas de pessoas com dinheiro. No final tudo acaba posto na casa de quem paga a foto. Somos como decoradores de interiores, com pretensões a algo mais, ou coloca-nos nesse papel da sociedade atualmente.

Filme:

Mais infos:

Fonte: Jornal CNT nº 378 - maio de 2011
agência de notícias anarquistas-ana

Besouro negro
Esconde-se nas flores
Que estremecem

José Carlos Guitti
 
 
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CHILE
 
 “Vamos vencer!”
 


Escrito por FR-IC (FR-ESQUERDA COMUNISTA) - CHILE

Qui, 25 de Agosto de 2011 22:01

Leia entrevista com a estudante Amanda Rozas, membro do FR-IC (FR-Esquerda Comunista), organização filiada a LIT-QI, que explica a atual situação política do país.

Nesta quinta-feira, o segundo dia da Paralisação Nacional foi marcado por uma grande marcha nas ruas do centro de Santiago. A marcha se iniciou pacífica, contudo, em seguida efetivos das forças especiais usaram blindados com jatos d1água e gases lacrimogêneo para dispersar os manifestantes, que tinham “autorização” para marchar até às 14 horas. Muitos manifestantes se revoltaram e partiram para o enfrentamento, levantando barricadas. Na cidade de Valparaíso também ocorreram enfrentamentos com os “carabineiros”. Apesar da repressão, os dois dias de paralisações foram considerados uma vitória do movimento, contra o governo Piñera. Leia abaixo a entrevista com a estudante Amanda Rozas, membro do FR-IC (FR-Esquerda Comunista), organização filiada a LIT-QI, que explica a atual situação política do país.




Qual é a situação da Educação em Chile?

De profunda crise. Foi privatizada em todos os níveis, desde o pré-escolar até a universitária. Esse processo foi iniciado sob a ditadura de Pinochet e aprofundado pelos governos da “Concertación” [aliança entre o Partido Socialista e a Democracia Cristã que governou o país após a ditadura de Pinochet] o Acordo. Piñera quer abar com o que restou da educação pública.


O financiamento do Estado é a cada vez menor nas universidades, e nos liceus quase nulo. Mas, agora, querem legitimar que o ensino privado receba dinheiro do Estado para que o administre e o “utilize em seu estabelecimento”. Esses setores privados que, disfarçados de instituições e fundações supostamente sem fins de lucro, seguem fazendo negócios à custa de milhares de estudantes que recebem um ensino de péssima qualidade. Em alguns casos, como aqueles que estudam nas universidades privadas, o custa do endividamento é igual ou maior que os custos de uma casa.

Como iniciaram as lutas?


Estas não são manifestações espontâneas, refletem a um acumulo desde a “revolta dos pingüins”, em 2006 [revolta dos estudantes secundaristas]. Hoje elas se agravam com a crise econômica mundial que provoca altos índices de inflação no transporte público, na gasolina e na comida.


Que perspectivas você vê agora?
Animadora. Quando assistimos à grande mobilização do dia 14 de julho, pensamos que esse era o ponto mais alto. Em todo o país havia se mobilizado trezentas mil pessoas – 120 mil só em Santiago - depois de duas semanas sem marchas, o movimento parecia se enfraquecer.

O governo quis acabar de uma vez por todas com as mobilizações e proibiu uma nova marcha no dia 4 de agosto, realizando uma forte e brutal repressão. Um importante setor da vanguarda, entre três a cinco mil pessoas, se enfrentou com a repressão, o que deu um novo impulso ao movimento.


A classe média, repudiando a repressão, perdendo seu medo e deu mostras de que ela também é afetada pela crise. Assim, saiu a protestar a sua maneira… e começam os panelaços. Começava o “segundo tempo” das mobilizações que se mantiveram no dia 9 de agosto, com 120 mil pessoas marcharam pelas ruas.


Menção especial é a presença do SITECO, pequeno sindicato mineiro da Mina El Teniente, que conseguiu unir sua greve com os conflitos estudantis, e colocou no debate a renacionalização do cobre para financiar a educação.

Essa consigna que vinha sendo propagada por nós se tornou de massas. A presença do SITECO tem sido primordial. O governo, por sua vez, diz que isso é impossível, obedecendo às multinacionais...


Qual é a saída que propõe FR-Esquerda Comunista?



A direção da CUT [Central Unitária dos Trabalhadores] tinha ameaçado com uma paralisação para o mês de outubro. Por pressão de suas bases, porém, mudaram o a data para 23 e 24 de Agosto. Não esperavam que seu chamado pudesse cruzar com as mobilizações estudantis. O chamado a Paralisação Nacional pode permitir que os trabalhadores entrem na mobilização e que estas sejam uma forte medida de pressão contra o governo. Claro que para isso a paralisação deve ser construída.

A saída que vemos é a luta pelo triunfo do movimento. E, com esta paralisação, a saída vai de encontro com a classe operária e os trabalhadores em geral. Com mais marchas e panelaços podemos derrotar este modelo de educação herdado da ditadura.

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