Álcool, por José Jose Pessoa Rego,
Sutilmente mata a sede e alucina
dormente minh'alma solta-se e vai
queda livre sem paraquedas,
pensa que não cai
As crianças em mim
sentem apenas fome e desejo
desconhecem o medo...
... e minha'alma entorpecida
desossando o resto de tudo em pontes e palafitas
já entrega seus segredos
Não presente o perigo, desejosa e atrevida
rasga o ventre gélida cicuta
ainda que padecendo ou morto
inda e sempre
nesta madrugada errada
docemente amarga bebida
Sutilmente desarma e ocupa a mente
já não discerne, já não se habilita e também mente!!
Tão doce é a mentira
É cortesã, é devassa
quase sempre arrependida
mesmo negando senil e canalha
corto e curo e corto e curo
Não cicatriza a ferida
murmuro e praguejo embriagado
inundando meu presente com o passado
a cada gole menos perto do que procuro
Madrugada d'mim
horas mortas sob o céu
rastejando ao leo, engasgado e louco
Face a face como o espelho no fundo do copo
dourada silhueta tépida e cínica
inalo, cheiro, engulo e rumino
o vômito dessa rotina entranhada em minhas tripas
As mãos rastejam sobre a celulose embranquecida
minha cara também é branca,
é patética medida
Do topo à planta dos pés
tudo é torpor e carne amanhecida
quase nada valho
amortalhado e úmido, nada me difere
ou separa das feras de que fujo
sabendo que estou mais doque sujo
é que me afogo vertiginosamente
atravessando jardins
aloprado e inconsequente
por gole a mais, por outro trago
deixando em casa os serafins
Sim, me embriago!
As pegadas que percebo são multiformes
sombras entre lampejos
Quantos são dentro de mim???!!
Observo, atenta penitencia
mas num segundo morre a coerência...
Quanto resta-me de mim?!
Belém-PA, 01/11/2013
Sutilmente mata a sede e alucina
dormente minh'alma solta-se e vai
queda livre sem paraquedas,
pensa que não cai
As crianças em mim
sentem apenas fome e desejo
desconhecem o medo...
... e minha'alma entorpecida
desossando o resto de tudo em pontes e palafitas
já entrega seus segredos
Não presente o perigo, desejosa e atrevida
rasga o ventre gélida cicuta
ainda que padecendo ou morto
inda e sempre
nesta madrugada errada
docemente amarga bebida
Sutilmente desarma e ocupa a mente
já não discerne, já não se habilita e também mente!!
Tão doce é a mentira
É cortesã, é devassa
quase sempre arrependida
mesmo negando senil e canalha
corto e curo e corto e curo
Não cicatriza a ferida
murmuro e praguejo embriagado
inundando meu presente com o passado
a cada gole menos perto do que procuro
Madrugada d'mim
horas mortas sob o céu
rastejando ao leo, engasgado e louco
Face a face como o espelho no fundo do copo
dourada silhueta tépida e cínica
inalo, cheiro, engulo e rumino
o vômito dessa rotina entranhada em minhas tripas
As mãos rastejam sobre a celulose embranquecida
minha cara também é branca,
é patética medida
Do topo à planta dos pés
tudo é torpor e carne amanhecida
quase nada valho
amortalhado e úmido, nada me difere
ou separa das feras de que fujo
sabendo que estou mais doque sujo
é que me afogo vertiginosamente
atravessando jardins
aloprado e inconsequente
por gole a mais, por outro trago
deixando em casa os serafins
Sim, me embriago!
As pegadas que percebo são multiformes
sombras entre lampejos
Quantos são dentro de mim???!!
Observo, atenta penitencia
mas num segundo morre a coerência...
Quanto resta-me de mim?!
Belém-PA, 01/11/2013
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