quarta-feira, 5 de outubro de 2011

RESUMO POLÍTICO PARA FORMAÇÃO CONTINUADA DE MILITANTES SOCIALISTAS (01 a 04 - OUTUBRO/2011)



Senado quer sugestões da sociedade para o combate às drogas - 4/10/2011 10:25,

Combate às drogas requer políticas transversais e valorização das comunidades terapêuticas, diz Ana Amélia

‘Comunidades’ que tratam de dependentes químicos têm dificuldade de acesso a recursos públicos

Marginalizado, usuário de ‘crack’ precisa de tratamento especial

A Subcomissão Temporária de Políticas Sociais sobre Dependentes Químicos de Álcool, Crack e Outras Drogas quer discutir com a sociedade sugestões apresentadas por especialistas para o enfrentamento do avanço das drogas no país. As contribuições, reunidas em audiências públicas realizadas nos últimos seis meses, estarão disponíveis na internet, em uma página especial a ser lançada nos próximos dias.

Os internautas poderão opinar sobre as sugestões e apresentar suas contribuições. A subcomissão, ligada à Comissão de Assuntos Sociais (CAS), ouviu 32 convidados ligados a segmentos que atuam no enfrentamento do problema da dependência química, como comunidades terapêuticas, profissionais de saúde, sindicatos, entidades governamentais e organismos internacionais.

Foram reunidas 41 propostas, organizadas em três áreas: ações sociais e prevenção ao uso de drogas; segurança pública e legislação; e saúde pública e tratamento. Para a senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), vice-presidente da subcomissão, o Brasil só vencerá a guerra contra as drogas se conseguir mobilizar a sociedade para o problema.

- Vamos colocar no hot site todo o elenco de sugestões bem sintéticas, nas três áreas e em todos os ângulos que examinamos. E queremos que a sociedade se manifeste e acrescente contribuições, para ampliar o espectro desse quadro de soluções – disse.

A subcomissão, presidida pelo senador Wellington Dias (PT-PI), aprovou nesta terça-feira (4) requerimento de Ana Amélia para realização de audiência pública para discutir as conclusões da comissão externa da Câmara que analisou políticas sobre drogas adotadas em Portugal, Holanda e Itália, além da política brasileira. O debate será realizado na quinta-feira (6) e terá como convidado o relator da comissão, o médico e ex-deputado federal Germano Bonow.

Iara Guimarães Altafin / Agência Senado

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A catequista ateia

Galiza - Língua/Educaçom -  Terça, 04 Outubro 2011

Blogue de X. P. do Campo - [Xavier P. do Campo] Carta aberta ao presidente da Deputaçom da Corunha:

Sr Presidente: Supóñoo coñecedor das declaracións feitas pola Deputada Provincial Zaira Rodríguez Pérez, responsábel nesa institución, entre outras cousas, de Normalización Lingüística. De todos xeitos e para coñecemento doutros lectores e lectoras desta carta reproduzo aquí á pérola deitada pola señora deputada:

-Entre sus áreas de trabajo, usted es la responsable de normalización lingüística. Puede parecer algo chocante en una persona que no habla gallego.

-Lo entiendo perfectamente y lo hablo a veces. En mi casa lo hablan, pero creo que cada uno es libre de elegir la lengua en la que se siente más cómodo.

Para a concelleira de cultura da Coruña (que tamén afirmaba que na súa cas falaban galego, como se isto xa as liberase por vía sucesoria de calquera responsabilidade persoal en relación coa lingua) hai cousas "demasiado gallegas" e para estoutra , que quere que lle diga? Vostedes onde as buscan? Entre aquelas que fan xuramento de desprezo polo país, pola súa cultura, pola súa lingua e por todo canto fai que os galegos sexamos galegos e non outra cousa?

Lamentabelmente non podo crer que vostede ignoraba a actitude antigalega desta persoa cando a nomeou, porque tamén non creo que a súa postura(a dela) veña de onte. Cousas coma esta demostran que a certas persoas do seu partido cóbreas un manto de indignidade que, con chulería, fan público cando se senten amparadas ao acubillo do poder.

Esta muller non pode seguir nin un minuto máis no cargo no que vostede a colocou, porque a súa actitude de desprezo pola lingua propia de Galicia é unha actitude miserábel. É coma colocar na catequese católica á unha catequista atea. É un insulto máis desde o seu partido político, ás persoas que falamos galego, que queremos a súa normalización e que pelexamos porque o seu estatus de lingua oficial en Galicia sexa de facto o mesmo do que goza o castelán.

Non pode Zaira Rodríguez, por moito que invoque a súa liberdade, sendo deputada de normalización lingüísitica, facer semellantes declaracións, nas que fai gala de actuar en contra da nosa lingua e da súa normalización, porque normalizala é falala, escribila, defendela e promover o seu uso. Por iso debe ser destituída inmediatamente, se non quere vostede converterse en cómplice e defensor desta actitude de aldraxe á nosa lingua e aos seus falantes. Bótea fóra, non ten dereito nin a dimitir, debe irse con indignidade, porque é indigna do cargo que ocupa. Pero é que ademais, ese fachendear da impunidade de semellantes declaracións diante dos responsábeis do seu partido, só vén a poñer de manifesto cal é a actitude oculta (?) do Partido Popular en relación coa lingua propia de Galicia: poñer ao raposo a coidar das galiñas. Así pode garantir a quen sexa que llo pediu, que segue a afondar na desaparición do galego.

Non me veñan agora con desmentidos, queixas de mala interpretación e outras andrómenas, esta muller retratouse como incapaz para o cargo por incompetencia manifesta, así que o que ten que facer vostede é relevala inmediatamente, e se non o fai é porque é coma ela.

Un cordial saúdo,

Xabier P. DoCampo

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Movimentos sociais fazem ato pela reforma política nesta terça em Brasília

4/10/2011
Evento pretende pressionar deputados federais da Comissão Especial de Reforma Política da Câmara Federal

Por: Raoni Scandiuzzi, Rede Brasil Atual - Publicado em 04/10/2011 - Tweet

São Paulo – Um dia antes da data prevista para votação do relatório final sobre a reforma política, marcada para quarta-feira (5), representantes de movimentos sociais unem-se a parlamentares em Brasília, às 14h30, para reivindicar mudanças no sistema político brasileiro.

O relator da matéria, deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), vê com bons olhos a iniciativa. “Nossa ideia é reunir todas as entidades, centrais sindicais e movimentos da sociedade civil organizada para que realizem um grande ato público pela reforma política, independentemente de eventuais divergências quanto ao mérito da questão”, explicou.

Estão confirmadas lideranças da União Nacional dos Estudantes (UNE), da Central Única dos Trabalhadores (CUT), e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), além de parlamentares de todos os partidos. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia confirmado presença para o encontro, mas desmarcou na véspera.

Leia também:

‘Participação de Lula na reforma política é inestimável’Com Lula e Temer, partidos tentam fechar proposta de reforma políticaCom Lula, PT, PSB, PDT e PCdoB encontram consensos na reforma políticaPropostas para reforma política serão votadas em novembro na CâmaraLula faz nova incursão com deputados para destravar reforma políticaMais sobre reforma política

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Financial Times diz que conselhos do Brasil para a crise soam hipócritas

Jornal entende que postura brasileira diante da crise é irreal e tola

O jornal Financial Times afirma nesta terça-feira que os conselhos do Brasil para a crise econômica soam hipócritas e irreais. Segundo um artigo publicado pelo jornal, os avisos da presidente Dilma Rousseff sobre o perigo de a União Europeia adotar impostos restritivos neste momento são contraditórios. O jornal cita o fato de o país estar na 152ª posição do ranking do Banco Mundial por ter carga de pesada de impostos.

O conselho de Dilma teria sido feito nesta última segunda-feira em sua primeira visita à Europa como presidente do Brasil. "No nosso caso, políticas fiscais restritivas extremas apenas aprofundaram o processo de estagnação e de perdas de oportunidades", teria dito a presidente em referência à crise da América Latina nos anos 80. "É difícil sair da crise sem aumentar o consumo e o crescimento".

O jornal afirma que os políticos brasileiros recentemente aceitaram o conselho para resolver a crise no país e agora o distribuem aos países desenvolvidos. Segundo o veículo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, é um dos pioneiros nesta relação e sugeriu, no mês passado, um pacote "excêntrico" dos Brics para socorrer a zona do euro.

O FT ressalta que Mantega falhou ao consultar os países do Brics, como a China que possui a maior parte das reservas estrangeiras do bloco. Segundo o jornal, até mesmo os outros países ficaram surpresos pela sugestão de o Brasil socorrer países como a Itália, que possuí riquezas em serviços e produtos per capita três vezes mais do que o próprio país.

O jornal afirma ainda que Dilma, recentemente, falou sobre a necessidade de combater o protecionismo após aumentar, em 30 pontos percentuais, o imposto para carros produzidos no exterior . Além disso, o FT diz que o Banco Central vem intervindo comprando dólares - a razão pela qual o país tem reservas externas "impressionantes".

O FT afirma ainda que, apesar das críticas, o Brasil é uma nova voz global que tem excelente estabilidade econômica, um dos mais sólidos sistemas bancários do mundo, uma capacidade enorme para criar políticas de estímulos anticíclicas e uma robusta reserva externa. "Não há dúvidas de que o Brasil agora sente que tem o direito de distribuir tantos conselhos - apesar de tolos", finaliza o jornal.

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Grécia vai demitir 30 mil funcionários e não atingirá meta do FMI

03/10/11

Com uma economia em queda acentuada e uma recessão cada vez mais profunda, o governo grego anunciou o que há muito era esperado. O país não vai conseguir cumprir as metas de deficit orçamentário de 2011 e de 2012 fixadas no plano de resgate da União Europeia e do FMI. O governo anunciou também mais uma impopular medida de austeridade. Num país onde dados oficiais apontam um desemprego acima dos 16%, serão demitidos 30 mil funcionários públicos.



As informações foram divulgadas neste domingo (02), após o conselho de ministros aprovar o esboço do Orçamento para 2012. Esta redução do quadro público é apenas um dos pontos mais polêmicos do plano de austeridade destinado à liberação dos empréstimos da União Europeia (UE) e do FMI (Fundo Monetário Internacional) à Grécia.

O plano cria uma "reserva trabalhista" permitindo que trabalhadores estatais recebam apenas pagamentos parciais e sejam demitidos um ano depois. Ou seja, os funcionários que, depois de um ano recebendo apenas um pedaço do seu salário, não tenham encontrado outro emprego ficarão sem o seu posto de trabalho.O governo planeja ainda cortar 20% das aposentadorias acima de 1.200.

As demissões para cumprir as exigências da UE e do FMI provocaram a reação dos principais sindicatos de trabalhadores da Grécia, que convocaram greves para os dias 5 e 19 de outubro. Nesta quarta, eles protestarão também contra os cortes de gastos e o aumento de impostos.

Por outro lado, as demissões poderão não ser suficientes para os credores do país. A Grécia não atingirá as metas do déficit orçamentário de 2011 e de 2012 determinadas no plano de resgate, de acordo com números publicados pelo Ministério das Finanças neste domingo, após o gabinete aprovar o esboço do orçamento para 2012. O anúncio aumenta a incerteza sobre o futuro da economia grega.

O déficit orçamentário de 2011 ficará em 8,5% do PIB (Produto Interno Bruto) este ano, sem atingir a meta de 7,6%. Ele também será rebaixado para 6,8% do PIB no ano que vem, mas ainda assim não atingirá a meta do resgate, de 6,5%.

Segundo o ministério, não foi possível atingir a meta devido à recessão mais intensa que o esperado -a economia teve retração de 5,5%, em vez de 3,8%, como havia sido estimado em maio deste ano.

"Ainda restam três meses críticos para terminar 2011, e a estimativa final de 8,5% de déficit do PIB pode ser atingida caso os mecanismos de Estado e os cidadãos respondam de acordo", informou o Ministério das Finanças em comunicado.

Com agências

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=165404&id_secao=9#.TonZ4H_vOUw.twitter
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03/10/2011

Emir Sader: A crise da direita latino-americana
Por Emir Sader*, em seu blog

A direita latino-americana vive o pior momento da sua história na América Latina. Uma situação correlata à expansão, inédita, de tantos governos progressistas na região e do isolamento dos EUA no continente.

O momento de maior força da direita residiu no auge dos governos neoliberais, porque ali forças de origens distintas adotavam o receituário do FMI e do Banco Mundial, confluindo para um consenso continental inédito em torno das políticas predominantes no campo da direita em escala internacional.

Poder dispor no campo da direita de partidos conservadores, mas também de forças como o PRI e o PAN no Mexico, o PS e a DC no Chile, Copei e AD na Venezuela, o peronismo na Argentina – para dar alguns exemplos eloquentes – revelava uma capacidade de hegemonia do seu projeto, que nunca a direita havia disposto anteriormente.

Foi um período relativamente breve, mas significativo. Permitiu a cooptação de partidos até então situados no campo da esquerda – nacionalistas, social democratas – e a apresentação de uma proposta de nível continental – as políticas e as áreas de livre comércio, expressas na Nafta e na Alca -, articulando os EUA e o conjunto do continente. Além disso, rearticulava a America Latina com o modelo hegemônico mundial, através da direita, reagrupando forças de origens distintas no campo político e ideológico.

Bastou esgotar-se o modelo hegemônico na América Latina, para que esse castelo de cartas se desmoronasse e promovesse uma imensa crise de identidade dos partidos que haviam participado do bloco neoliberal, incluídos os tradicionais da direita e os que tinham se somado àquele modelo desde outras origens.

Passada uma década de existência de governos progressistas em um grande número de países do continente - Venezuela, Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador, Paraguai, Nicarágua, El Salvador, Peru -, a situação da direita - e, de forma correlata, dos EUA na América Latina, - se alterou radicalmente.

As forças que puseram em prática políticas neoliberais pagaram o preço do caráter antissocial dessas políticas e do seu esgotamento precoce. Menen, Fujimori, FHC, Carlos Andres Perez, Salinas de Gortari saíram da presidência repudiados e derrotados politicamente, se tornaram os símbolos de de ex-presidentes antipopulares (Menem, Fujimori, Carlos Andres Perez chegaram a ir para a prisão, Salinas de Gortari fugiu do Mexico para escapar desse destino.)

Seus partidos e forças aliadas pagaram o preço caro dessa aventura: o peronismo teve que ser resgatado pelos Kirchner com política radicalmente oposta à de Menem. AD e Copei praticamente desapareceram como partidos na Venezuela. O PRI mexicano foi derrotado, pela primeira vez, em 70 anos e perdeu a Presidência; depois de 2 mandatos de continuidade com essas políticas, deve suceder o mesmo com o PAN. Fujimori nao conseguiu eleger sucessor, nem construir uma força política própria. O PSDB foi derrotado nas 3 eleições presidenciais seguintes aos 2 mandatos de FHC.

Frente a governos que colocaram em prática políticas de saída e ruptura com o modelo neoliberal, as forças que tinham encarnado esse modelo ficaram descolocadas. O espectro político foi amplamente ocupado por coalizões em países como a Argentina, o Brasil, o Uruguai, com políticas e alianças de centro-esquerda, não deixando espaço para as forças neoliberais.

Estas ficaram diante do dilema de seguir defendendo políticas que haviam fracassado ou tentar alegar que seus governos prepararam as condições para o protagonismo das políticas sociais nos governos que os sucederam, o que, além de tese muito discutível, não impede que os governos que colocam em prática essas politicas populares sejam os que os derrotaram e personificam a democratização social.

Na Venezuela, na Bolívia, no Equador, as transformações radicais que os novos governos levaram à prática conquistaram grande apoio popular, isolando e derrotando as forças que as tinham antecedido no governo.

Como resultado, as forças de direita ou da neo-direita foram derrotadas sucessivamente ao longo de toda a década desde o primeiro triunfo de Hugo Chávez. Os presidentes pós-neoliberais se reelegeram e, no caso da Argentina, do Uruguai e do Brasil, elegeram sucessores, enquanto a oposição, desorientada, ou se divide – como na Argentina, na Venezuela – ou não consegue obter apoios contra os governos.

Ao mesmo tempo, a tese norte-americana da ALCA foi derrotada já no começo da década, quando a presidência do projeto, cabendo aos EUA e ao Brasil, foi combatida por este, apoiado nas grandes mobilizações populares ao longo da década anterior e no sentimento que foi se tornando majoritário, a favor dos processos de integração regional e não dos Tratados de Livre Comércio com os EUA.

Os EUA mantiveram o México e a Colômbia como aliados privilegiados, além de governos centro-americanos. Mais recentemente perdeu os apoios na Nicarágua e em El Salvador, além do Peru e da mudança gradual de posição da Colômbia. Mesmo a vitória da direita no Chile está neutralizada pela perda acelerada de popularidade de Piñera.

Paralelamente, ocupando os espaços conquistados, constituiram-se a Unasul, o Conselho Sulamericano de Defesa, o Banco do Sul, consolidando a hegemonia dos projetos de integração regional – e de alianças com o Sul do mundo – e o isolamento dos Tratados de Livre Comércio com os EUA. A crise de 2008 e seu retorno neste ano confirmaram as vantagens dessa políticas e das alianças com a China, ao invés das alianças privilegiadas com a estagnada economia norte-americana.

Diante dessas derrotas e isolamento, a direita busca ainda novo perfil. As derrotas que sofreram recentemente no Uruguai, no Brasil, no Peru, em El Salvador, as que devem sofrer na Argentina, na Nicarágua, na Venezuela, prolongam por toda a segunda década do século XXI essa derrota.

Cabe aos governos progressistas valer-se desses reveses para aprofundar os projetos pós-neoliberais, com a consciência que a direita se travestiu de órgãos da mídia monopolista e que os eixos estruturais da direita – capital financeiro, empresas do agronegócio, empresas da mídia privada, que personificam a ditadura do dinheiro, da terra e da palavra – seguem com muito poder, como alvos estruturais das mudanças que a luta pela superação do neoliberalismo e pela construção de sociedades democráticas, igualitárias, humanistas, requer.

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=165416&id_secao=7#.TonZ7J_UsVY.twitter
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Superávit da balança sobe 81% até setembro, para US$ 23 bilhões   - 03/10/2011

Exportações atingem a marca dos US$ 190 bilhões no acumulado do ano.

Somente em setembro, saldo comercial cresce 185%, para US$ 3 bilhões.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) informou nesta segunda-feira (3) que o superávit da balança comercial brasileira (exportações menos importações) avançou 81,4% de janeiro a setembro deste ano, para US$ 23,03 bilhões. Em igual período do ano passado, o saldo positivo estava em US$ 12,69 bilhões.

O aumento do saldo comercial neste ano está relacionado, principalmente, com a elevação dos preços das chamadas "commodities" (produtos básicos com cotação internacional, como alimentos, petróleo e minério de ferro, entre outros) no mercado externo. Com o preço em alta, as vendas externas se tornam mais rentáveis - o que aumenta o valor das exportações.

As vendas externas brasileiras, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento, somaram US$ 190 bilhões no acumulado deste ano, com crescimento de 30,4% sobre o igual período de 2010. Ao mesmo tempo, as importações totalizaram US$ 166,96 bilhões na parcial de 2011, com elevação de 25,6% sobre o mesmo período do ano passado.

Mês de setembro

No mês passado, ainda segundo o governo, o superávit da balança comercial somou US$ 3,07 bilhões, com crescimento de 185% frente ao mesmo mês do ano passado, quando saldo positivo totalizou US$ 1,07 bilhão. O superávit comercial do mês passado representa o maior valor, para meses de setembro, desde 2007 (+US$ 3,47 bilhões).

Em setembro, as exportações somaram US$ 23,28 bilhões, com média diária de US$ 1,1 bilhão e crescimento de 23,6% frente a igual período de 2010, informou o governo. Ao mesmo tempo, as compras do exterior totalizaram US$ 20,21 bilhões em setembro, o equivalente a US$ 962 milhões de média diária. Frente a agosto do ano passado, o crescimento das importações foi de 13,8%.

http://g1.globo.com/economia/noticia/2011/10/superavit-da-balanca-sobe-81-ate-setembro-para-us-23-bilhoes.html
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O thatcherismo despertou os instintos bestiais do capitalismo

(o “espírito animal” do empreendedor, como o chamam timidamente) e, desde então, nada surgiu que os domasse. Destruir e queimar é hoje a palavra de ordem das classes dominantes, de fato, em todo o mundo. Todos, não só os jovens agitadores, devem ser responsabilizados. O capitalismo bestial deve ser levado a julgamento por crimes contra a humanidade, tanto quanto por crimes contra a natureza.

“Adolescentes niilistas e bestiais". . Foi como o Daily Mail os apresentou: os jovens enlouquecidos, vindos de todas as vias da vida, que correram pelas ruas sem pensar, atirando desesperadamente tijolos, pedras e garrafas contra os polícias, saqueando aqui, incendiando ali, levando as autoridades a uma também enlouquecida caçada de salve-se quem puder/agarre o que conseguir, enquanto os jovens iam alterando os seus alvos estratégicos, saltando de um para outro.

A palavra “bestial” saltou-me à vista. Lembrou-me que os communards em Paris em 1871 foram mostrados como animais selvagens, como hienas, que mereciam ser (como foram, em vários casos) sumariamente executados, em nome da santidade da propriedade privada, da moralidade, da religião e da família. Mas em seguida a palavra trouxe-me outra associação: Tony Blair atacando os “média bestiais”, depois de ter vivido durante tanto tempo confortavelmente alojado no bolso esquerdo de Rupert Murdoch, até que Murdoch meteu a mão no bolso direito e de lá tirou David Cameron.

Evidentemente haverá o debate histérico de sempre entre os sempre prontos a ver a agitação das ruas como questão de pura, simples e imperdoável criminalidade, e os ansiosos por contextualizar eventos em termos de polícia incompetente; de eterno racismo e injustificada perseguição aos jovens e às minorias; de desemprego em massa entre os jovens; de pauperização incontrolável da sociedade; de uma política autista de austeridade que nada tem a ver com a economia e tudo tem a ver com a perpetuação e a consolidação da riqueza e do poder individuais. Haverá até quem condene o sem sentido e a alienação de tantos trabalhos e empregos e tal desperdício da vida de todos os dias, de tão imenso, mas desigualmente distribuído, potencial para o florescimento humano.

Se tivermos sorte, haverá comissões e relatórios que dirão tudo, outra vez, que já foi dito sobre Brixton e Toxteth nos anos Thatcher. Digo “sorte”, porque os instintos bestiais do atual primeiro-ministro parecem tender mais a mandar usar canhões de água, a convocar a brigada do gás lacrimogêneo e a usar balas revestidas de borracha, ao mesmo tempo em que ele untuosamente pontifica sobre a perda da bússola moral, o declínio da civilidade e a triste deterioração dos valores da família e da disciplina entre os jovens sem lar.

Mas o problema é que vivemos em sociedade na qual o próprio capitalismo se tornou desenfreadamente fera. Políticos-feras mentem nos gastos, banqueiros-feras assaltam a bolsa pública até ao último vintém, altos executivos, operadores de hedge fundse génios do lucro privado saqueiam o mundo dos ricos, empresas de telemóveis e cartões de crédito cobram misteriosas tarifas nas contas de todos, empresas de retalho aumentam os preços, por baixo do chapéu artistas vigaristas e golpistas aplicam os seus golpes até entre os mais altos escalões do mundo corporativo e político.

Uma economia política de saqueio das massas, de práticas predatórias que chegam ao assalto à luz do dia, sempre contra os mais pobres e vulneráveis, os simples e desprotegidos pela lei – isso é hoje a ordem do dia. Alguém ainda crê que seja possível encontrar um capitalista honesto, um banqueiro honesto, um político honesto, um comerciante honesto ou um delegado de polícia honesto? Sim, existem. Mas só como minoria, que todos os demais consideram idiotas. Seja esperto. Passe a mão no lucro fácil. Fraude, roube! A probabilidade de ser apanhado é baixa. E em qualquer caso, há muitos meios para proteger a fortuna pessoal e impedir que seja tocada pelos golpes das corporações.

Tudo isso, dito assim, talvez choque. Muitos de nós não vemos, porque não queremos ver. Claro que nenhum político se atreve a dizer estas coisas e a imprensa só publicaria, se algum dia publicasse, para escarnecer de quem dissesse. Mas acho que todos os que correm pelas ruas agitando a cidade sabem exatamente a que me refiro. Estão fazendo o que todos fazem, embora de modo diferente – mais flagrante, mais visível, nas ruas. O thatcherismo despertou os instintos bestiais do capitalismo (o “espírito animal” do empreendedor, como o chamam timidamente) e, desde então, nada surgiu que os domasse. Destruir e queimar é hoje a palavra de ordem das classes dominantes, de fato, em todo o mundo.

Essa é a nova normalidade sob a qual vivemos. Isso deveria preocupar o presidente do inquérito que rapidamente será nomeado. Todos, não só os jovens agitadores, devem ser responsabilizados. O capitalismo bestial deve ser levado a julgamento por crimes contra a humanidade, tanto quanto por crimes contra a natureza.

Infelizmente, isso é o que os agitadores nem vêem nem exigem. Tudo conspira para nos impedir de ver ou exigir exactamente isso. Por isso o poder político tão facilmente se traveste na roupagem da moralidade e de uma razão repugnante, de modo que ninguém veja a corrupção nua e a irracional estupidez.

Mas há réstias de esperança e luz em todo o mundo. O movimento dos indignados na Espanha e na Grécia, os impulsos revolucionários na América Latina, os movimentos camponeses na Ásia, todos esses começam a ver através da imundície que o capitalismo global, predatório, bestial lançou sobre o mundo. O que ainda falta para que todos vejamos e comecemos a agir? Como se poderá começar tudo outra vez? Que rumo tomar? As respostas não são fáceis. Mas uma coisa já se sabe: só chegaremos às respostas certas, se fizermos as perguntas certas.

(*) Geógrafo, professor emérito do Graduate Center da City University of New York.
(**) Artigo publicado em Counterpunch e disponível também emdavidharvey.org, traduzido pelo Coletivo da Vila Vudu.
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“KARL MARX ESTAVA CERTO” 

por Nouriel Roubini: O professor de Economia que há quatro anos previu a crise financeira global diz que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está a provar-se verdadeira na actual crise financeira global. Por Joseph Lazzaro.

17 / 08 / 2011

Na avaliação de Nouriel Roubini, professor de economia na Universidade de Nova York, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistémico identificado primeiramente por Karl Marx há mais de um século.

Há um velho axioma que diz que “sábia é a pessoa que aprecia a sinceridade quase tanto como as boas notícias”, e com ele como guia, situa decididamente o futuro na categoria da sinceridade.

O professor de economia da Universidade de Nova York, Nouriel “Dr. Catástrofe” Roubini disse que, a não ser que haja outra etapa de massivo incentivo fiscal ou uma reestruturação da dívida universal, o capitalismo continuará a experimentar uma crise, dado o seu defeito sistémico identificado primeiramente pelo economista Karl Marx há mais de um século.

Roubini, que há quatro anos previu acuradamente a crise financeira global disse que uma das críticas ao capitalismo feitas por Marx está se provando verdadeira na atual crise financeira global.

A crítica de Marx em vigor, agora

Dentre outras teorias, Marx argumentou que o capitalismo tinha uma contradição interna que, ciclicamente, levaria a crises e isso, no mínimo, faria pressão sobre o sistema económico. As corporações, disse Roubini, motivam-se pelos custos mínimos, para economizar e fazer caixa, mas isso implica menos dinheiro nas mãos dos empregados, o que significa que eles terão menos dinheiro para gastar, o que repercute na diminuição da receita das companhias.

Agora, na actual crise financeira, os consumidores, além de terem menos dinheiro para gastar devido ao que foi dito acima, também estão motivados a diminuírem os custos, a economizarem e a fazerem caixa, ampliando o efeito de menos dinheiro em circulação, que assim não retornam às companhias.

“Karl Marx tinha clareza disso”, disse Roubini numa entrevista ao The Wall Street Journal: "Em certa altura o capitalismo pode destruir a si mesmo. Isso porque não se pode perseverar desviando a renda do trabalho para o capital sem haver um excesso de capacidade [de trabalho] e uma falta de procura agregada. Nós pensamos que o mercado funciona. Ele não está funcionando. O que é racional individualmente ... é um processo autodestrutivo”.

Roubini acrescentou que uma ausência forte, orgânica, de crescimento do PIB – coisa que pode aumentar salários e o gasto dos consumidores – requer um estímulo fiscal amplo, concordando com outro economista de primeira linha, o prêmio Nobel de economia Paul Krugman, em que, no caso dos Estados Unidos, o estímulo fiscal de 786 bilhões de dólares aprovado pelo Congresso em 2009 era pequeno demais para criar uma procura agregada necessária para alavancar a recuperação da economia ao nível de uma auto expansão sustentável.

Na falta de um estímulo fiscal adicional, ou sem esperar um forte crescimento do PIB, a única solução é uma reestruturação universal da dívida dos bancos, das famílias (essencialmente das economias familiares), e dos governos, disse Roubini. No entanto, não ocorreu tal reestruturação, comentou.

Sem estímulo fiscal adicional, essa falta de reestruturação levou a “economias domésticas zombies, bancos zombies e governos zombies”, disse ele.

Fora o estímulo fiscal ou a reestruturação da dívida, não há boas escolhas

Os Estados Unidos, disse Roubini, pode, em tese: a) crescer ele mesmo por fora do actual problema (mas a economia está crescendo devagar demais, daí a necessidade de mais estímulo fiscal); ou b) retrair-se economicamente, a despeito do mundo (mas se muitas companhias e cidadãos o fizerem junto, o problema identificado por Marx é ampliado); ou c) inflacionar-se (mas isso gera um extenso dano colateral, disse ele).

No entanto, Roubini disse que não pensa que os EUA ou o mundo estão actualmente num ponto em que o capitalismo esteja em autodestruição. “Ainda não chegamos lá”, disse Roubini, mas ele acrescentou que a tendência actual, caso continue, “corre o risco de repetir a segunda etapa da Grande Depressão”—o erro de ‘1937’.

Em 1937, o presidente Franklin D. Roosevelt, apesar do fato de os primeiros quatro anos de massivo incentivo fiscal do New Deal ter reduzido o desemprego nos EUA, de um cambaleante 20,6% na administração Hoover no começo da Grande Depressão, a 9,1%, foi pressionado pelos republicanos congressistas – como o actual presidente Barack Obama fez com o Tea Party, que pautou a bancada republicana no congresso em 2011 – , rendeu-se aos conservadores e cortou gastos do governo em 1937. O resultado? O desemprego estadunidense começou o ano de 1938 subindo de novo, e bateu a casa dos 12,5%.

Cortar os gastos do governo prematuramente feriu a economia dos EUA em 1937, ao reduzir a procura, e Roubini vê o mesmo padrão ocorrendo hoje, ao se seguir as medidas de austeridade implementadas pelo acordo da dívida implementadas pela nova lei.

Roubini também argumenta que os levantes sociais no Egipto e em outros países árabes, na Grécia e agora no Reino Unido têm origem económica (principalmente no desemprego, mas também, no caso do Egipto, no aumento do custo de vida). Em seguida, argumenta que, ao passo que não se deve esperar um colapso iminente do capitalismo, ou mesmo um colapso da sua versão estadunidense, o capitalismo corporativo – capitalismo e mercados livres são rápidos demais e capazes de se adaptarem - dizer que a ordem económica actual não está experimentando uma crise não é correcto.
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¿Se puede comprender el caos?

Algunos comentarios a la entrevista de Immanuel Walerstein
**Theotonio Dos Santos Alainet

Desde hace muchos años vengo discutiendo con Immanuel (1) y un grupo de compañeros sobre esta situación que preveíamos, basados no solamente en los ciclos largos de Kondratiev. Con todo, tenemos que tener claro algunos puntos que aún resultan polémicos, incluso dentro de nuestro grupo de estudiosos del sistema mundial. Es necesario destacar dos cosas.

Primero, no estamos en una fase desfavorable del ciclo largo, estamos en medio de un periodo de crecimiento. Esto explica que a pesar de las dimensiones colosales de la crisis de la especulación financiera internacional, continúa habiendo crecimiento de la economía mundial. Este ciclo positivo deberá agotarse en aproximadamente 10 años cuando deberemos sustituir el actual patrón tecnológico mundial por un nuevo paradigma cuya introducción exigirá una destrucción masiva de gran parte de la estructura económica mundial y de las varias estructuras nacionales. En ese momento, la crisis actual parecerá un chiste y la idea de caos que maneja Immanuel se aproximará bastante de la realidad de este nuevo periodo.

Segundo, la desproporcionada intervención fiscal del gobierno estadunidense para salvar el sistema financiero actual es similar a la intervención del Japón en el comienzo de la década de 1990 para salvar los absolutamente inútiles bancos japoneses. Ella es peor aún porque los Estados Unidos, además de transferir recursos colosales al sistema financiero casi tan inútil como el japonés, tiene gastos insostenibles como las guerras sucesivas y como las "prevenciones" de guerras megalómanas con las que pretenden someter todo el planeta a su dominio.

Luego, los Estados Unidos no pueden más situarse como la gran "locomotora de la economía mundial", como viene ocurriendo ya en los últimos 10 años. Deberá tener un crecimiento mediocre junto con Europa. A pesar de que ésta podría tener una mejor situación si asumiera su destino euro-asiático y abriera sus economías, sociedades y cultura a una audaz aproximación a Rusia, China e India. Y a la vez apoyara el sur de la Europa para conectarse fuertemente con Turquía, con todo el Oriente Medio, África y América Latina. ¡Abajo el Atlantismo que destruye a Europa!

En cuanto a China, no tiene otro camino que usar sus dólares e incluso sus títulos de la deuda estadounidense para adquirir empresas en toda la economía occidental, utilizando los fondos soberanos que ya tiene y los nuevos que piensa crear. Su destino es convertirse en la principal fuerza económica (y financiera) del capitalismo mundial.

Valga la capacidad de la teoría económica no ortodoxa para comprender estas realidades y actuar sobre ellas. Feliz o infelizmente el capitalismo de estado de China y el de gran parte del llamado Tercer Mundo deberán dirigir la economía mundial a partir de un periodo muy corto. Estamos en plena transición a esta nueva fase.

Luchemos para que ese capitalismo de Estado esté sometido a fuerzas democráticas (es decir, las mayorías sociales y no las "élites" antidemocráticas occidentales, a pesar de sus discursos liberales).

Luchemos para encontrar regímenes políticos que permitan este diálogo constante entre los Estados y los pueblos. Las formas de representación electoral usadas en el Occidente están en plena degradación con un descontento de masas colosal, pues los grandes movimientos de masa del momento no son las rebeliones árabes y sí la ocupación de las calles europeas por las grandes protestas populares.

No extrañen el hecho de que las noticias monitoreadas por la gran prensa internacional no les dejen visualizar esta imagen. Hay toda una nueva agenda a desarrollar en esta nueva situación histórica. América Latina está haciendo un esfuerzo muy positivo en esta dirección. Ella incluye una drástica reforma de los medios de comunicación y una mayor comunicación Sur/Sur. Tenemos que pensar con energía, audacia y creatividad. Inmanuel Wallerstein es uno de los pocos que está en esta trinchera.

Nota:

(1) Wallerstein: Se vienen años de incertidumbre y caos mundial: http://www.rebelion.org/noticia.php?id=134114

**Theotonio Dos Santos es Presidente de la Cátedra y Red sobre Economía Mundial y Desarrollo Sostenible de la UNESCO y la ONU. Profesor emérito de la Universidad Federal Fluminense (UFF) de Río de Janeiro. http://theotoniodossantos.blogspot.com
(Traducción ALAI)
Fuente: http://alainet.org/active/48764
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La raíz del "problema de las drogas" está en Estados Unidos, no en México, asegura el lingüista

La lucha antidrogas se enfoca a grupos sociales La Jornada

La raíz del problema de las drogas está en Estados Unidos, no en México, y las estrategias de ambos países no pueden resolver el problema, afirmó Noam Chomsky.

En entrevista con la revista cibernética estadunidense Guernica, afirmó: El problema de las drogas está en Estados Unidos, no en México. Es un problema de demanda y tiene que ser abordado aquí, pero no se hace así. Se ha demostrado una y otra vez que la prevención y el tratamiento son mucho más efectivos en costos que la acción policiaca, operaciones fuera del país, control fronterizo y más. Pero el dinero va en otra dirección y nunca tiene impacto. Cuando los líderes aplican durante décadas políticas que no tienen consecuencias para el objetivo declarado y son muy costosas, uno debe preguntarse si están diciendo la verdad y si esas políticas son para otro objetivo, porque no reducen el uso de drogas.

Chomsky se preguntó por qué se aplican estas políticas inefectivas y costosas a pesar de que se sabe que hay otras más eficaces y baratas. “Sólo hay dos respuestas posibles: o todos los líderes están colectivamente locos, lo cual podemos descartar, o simplemente persiguen otros objetivos. En el extranjero es una campaña de contrainsurgencia; en casa, una forma de deshacerse de una población superflua –hay una correlación muy cercana de raza y clase–, no perfecta, pero casi: de hecho se está echando a los hombres negros a un lado. En Colombia lo llamarían limpieza social. Aquí simplemente los ponen en las cárceles.”

Afirmó que el incremento masivo de encarcelamientos, sobre todo de afroestadunidenses, y también de latinos, se debe a la llamada guerra contra las drogas en Estados Unidos, pero tiene raíces en una larga historia de control y esclavización, tanto formal como mediante el sistema penal contra la población negra.

Subrayó que las consecuencias de estas políticas son significativas para los centros del poder: emprender operaciones contrainsurgentes en Colombia y otras partes, y una limpieza social aquí, en la forma tradicional estadunidense. Todo esto está al descubierto.

Los líderes saben cómo proceder

Chomsky consideró que otra parte del problema es el armamento. “¿Dónde consiguen sus armas los cárteles de la droga? Son entregadas por Estados Unidos. Si cortara el flujo de armas no acabaría con la violencia, pero tendría gran efecto. Si los cárteles en México desean rifles de asalto, los obtienen en Arizona.”

Interrogado sobre las opciones que tiene el gobierno de México para enfrentar la violencia y si sería justificable suspender garantías hasta restablecer el orden en zonas como Ciudad Juárez, Chomsky respondió: “Uno primero debe preguntar qué es lo que el gobierno de México intenta hacer, y eso es un poco opaco. Parece que en cierto grado apoya a uno de los cárteles contra los otros. Si eso es lo que intenta hacer, no hay ninguna justificación.

Pero si desea detener el negocio de las drogas, considero que sabe cómo proceder y no es con la acción militar: se debe ir al corazón del asunto. Parte de la respuesta se dio en la declaración de los tres ex presidentes (Ernesto) Zedillo, (Fernando Henrique) Cardoso y (César) Gaviria: hace unos años presentaron un informe en el que plantearon que la criminalización de las drogas sólo incrementaba el problema y que algunas deberían ser legalizadas, como el alcohol, y reguladas. Eso es parte del asunto, pero la parte de fondo esta aquí, en Estados Unidos.

En la entrevista, Chomsky dijo que se reunió con reporteros y editores de La Jornada este año y el anterior, con quienes trató, entre otros temas, el peligro que corren los periodistas que intentan cubrir el tema del narcotráfico y la inevitable autocensura. Explicó que le hablaron de informes que abordaban el problema e incluso de la gran cantidad de negocios en México vinculados de alguna forma con el narco, y que cuando uno empieza a publicar cosas como ésas y a investigarlas, está amenazando los centros del poder en la sociedad mexicana, que no desean quedar expuestos. Si pueden usar sicarios para detenerlo, lo harán.

Agregó que se enteró de que hay zonas de cultivo en el norte de México protegidas por criminales y por fuerzas de seguridad, y que zonas que antes se dedicaban a la agricultura ya son parte del negocio ilícito. Señaló que un reportaje de La Jornada reveló que unos economistas de la Universidad Nacional Autónoma ded México (UNAM) calculan que los ingresos reales de los trabajadores se desplomaron de manera espectacular durante el gobierno de Felipe Calderón como resultado de las políticas económicas. Por esto, afirmó, México tiene alternativas limitadas en el problema del narco, “ya que el Don de la mafia está aquí, al otro lado”.

Dijo que el problema está vinculado con una serie de políticas en ambos países, y que en Estados Unidos, en los últimos 30 años, la promoción del sector financiero en la economía y la destrucción del sistema productivo han llevado a que los ingresos reales se hayan estancado para la mayoría de la población: ha tenido los mismos efectos que el neoliberalismo en México; menos agudos, pero similares.

Esto lleva a confirmar, igual que con las políticas antinarcóticos, que los gobiernos no están para servir a sus ciudadanos; trabajan para sus bases principales que son, sobre todo, integrantes del sector financiero.

Libre mercado y libre trabajo

Cuando le preguntaron si se opone a que un país soberano, como Estados Unidos, adopte medidas razonables para detener y deportar indocumentados, Chomsky respondió: Es una pregunta interesante en Estados Unidos, donde todos son inmigrantes ilegales; todos, menos los que viven en las reservas indígenas. Indicó que todo depende de qué se está hablando. “Si uno se dice campeón del ‘libre mercado’ debe estar a favor del movimiento libre del trabajo; no se puede tener libre mercado sin eso, según indica Adam Smith.”

Deterioro educativo

Acerca del deterioro de la educación en ambos países, Chomsky señaló que México tiene la UNAM, “una universidad de muy alta calidad… es difícil el ingreso, pero es gratuita. Y en Estados Unidos, si se consideran los principales sistemas de educación pública, uno tiene que ser rico o poder asumir una gran deuda para acudir a la universidad. En la ciudad de México hay una universidad fundada por (Andrés Manuel) López Obrador que no sólo es gratuita, sino abierta a todos. Es cierto que hay muchos defectos en el sistema educativo mexicano, pero en algunas cosas es mejor que aquí. Debería haber oportunidades de educación decentes para todos.

Afirmó que es responsabilidad social garantizar educación obligatoria para todos, y condenó los intentos de privatizar los sistemas públicos y los intereses empresariales que pretenden lucrarse con la educación.

Recordó que el año pasado viajó de México a California y el contraste fue claro: México, país relativamente pobre, mantiene un sistema de educación superior de alta calidad y gratuito, aunque no para todos, pero sustancial. California, uno de los estados más ricos del planeta, está destruyendo las mejores universidades públicas del país, y posiblemente privatizando algunas, como Berkeley y la Universidad de California en Los Ángeles.

Fuente: http://www.jornada.unam.mx/ultimas/2011/08/17/92825435-chomsky-la-lucha-antidroga-se-enfoca-hacia-grupos-sociales/

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